Liga Contra a Sida pede apoios para comprar unidade móvel para rastreios
30 de nov. de 2020, 16:36
— Lusa/AO Online
O apelo é feito
pela presidente da LPCS, Eugénia Saraiva, na véspera de se assinalar o
Dia Mundial Contra a Sida e a 'Giving Tuesday', o maior movimento
mundial de solidariedade que incentiva as pessoas a participarem em
diversas causas, através da doação de dinheiro, bens ou tempo."Para
continuarmos a existir e a apoiar quem mais necessita, nós também
precisamos do apoio daqueles que se ligaram a nós há 30 anos e que
conhecem o nosso trabalho" e "uma vez que o dia 01 de dezembro se
assinala o Dia Mundial de Luta Contra a Sida, lembrem-se de apoiar a
LPCS na Giving Tuesday. Basta fazer um donativo através de MB WAY
911500072 e este gesto solidário fará a diferença", disse à agência Lusa
Eugénia Saraiva.O apoio pode ser dado de
diversas formas, através de "um simples donativo", ou ainda através de
bens de primeira necessidade para distribuir por quem procura apoio na
LPCS, onde os pedidos aumentaram porque pessoas ficaram sem emprego ou
em 'lay-off' e outras ficaram doentes e viram o seu orçamento reduzido. Em qualquer loja dos CTT, poderá pedir-se uma embalagem solidária e enviar alimentos embalados e enlatados gratuitamente. Apesar
do contexto da pandemia de covid-19, a LPCS esteve sempre no terreno,
através dos seus centros de atendimento e apoio integrado em Lisboa,
Loures e Odivelas e da única unidade móvel que tem, a "Saúde mais
perto".Segundo o relatório 'World AIDS Day
Report’ existem 38 milhões de pessoas, no mundo, a viver com VIH. Só em
2019 foram infetadas 1,7 milhões e 690 mil morreram com doenças
relacionadas com a sida.Em Portugal, os
casos desceram quase 30% em 2019 face a 2018, registando-se apenas 778
diagnósticos, revela o relatório "Infeção VIH e SIDA em Portugal -
2020", segundo o qual morreram 197 doentes, dos quais 46,2% já no
estádio SIDA."Continuamos no terreno mas
queremos fazer mais, queremos na realidade contribuir para que estes
números que foram apresentados sejam um motivo de orgulho e mostrar que
estamos a fazer o melhor para que não cheguem às estruturas hospitalares
pessoas com diagnósticos tardios e em estado de SIDA", salientou
Eugénia Saraiva.É neste sentido o apelo da
liga: "nós estamos cá porque ‘na sida existe vida’, mas nós só
continuaremos a viver com o apoio de todos e o apoio que precisamos
neste momento é para adquirir uma nova unidade móvel de rastreios, para
que possamos continuar a chegar a todos".Ao
fim de 30 anos, que a Liga está a assinalar, "é muito importante" não
esquecer que, apesar da pandemia, continuam a existir outras infeções e
doenças, que têm de ter acesso às primeiras consultas e cujo tratamento
tem que ser assegurado, assim como às formas de prevenção (PrEP e PPE)."Para
nós, é fundamental continuar a testar, a referenciar para diagnosticar,
a religar ao Serviço Nacional de Saúde os utentes e, sobretudo,
informar sobre formas de transmissão e de prevenir o VIH, as hepatites
virais, entre outras infeções sexualmente transmissíveis", frisou.Para
isso, é preciso apostar no diagnóstico precoce, na promoção da saúde e
na defesa da doença física, mas também da saúde mental que "é
fundamental neste momento"."Quem já
apresentava perturbações [de saúde mental], com a covid-19 sentiu o
agravamento desta sintomatologia. As pessoas estão muito saturadas,
assiste-se a uma fadiga da pandemia", sublinhou.Traçando
um paralelismo entre o aparecimento da covid-19, uma doença sobre a
qual ainda pouco se sabe, e o vírus da imunodeficiência humana (VIH) que
surgiu na década de 80, Eugénia Saraiva disse que apenas se sabia que
"era um vírus que estava associado à morte, que tocava as pessoas ainda
mais vulneráveis, os chamados então grupos de risco".Na
realidade, sabia-se que "qualquer pessoa podia contrair esse vírus se
nós não nos preveníssemos e aqui o paralelismo é se há 30 anos" se
falava no preservativo para prevenir o VIH, e ainda hoje se deve falar,
"para a covid-19 continuamos a falar da máscara, da etiqueta
respiratória, da lavagem das mãos e da higienização dos locais"."Isto
são as certezas que temos em relação à covid-19. Tudo o resto foi como o
VIH: Investigar, testar e tratar atempadamente e continuar a procurar
respostas efetivas para controlar esta pandemia.Devido
à pandemia, a LPCS reduziu sensivelmente em 75% o número de rastreios,
por oposição a um aumento significativo do número de materiais
preventivos (preservativos e géis) distribuídos e, apesar de todas as
dificuldades de referenciação e de aceitação por parte dos hospitais,
conseguiu referenciar todos os casos reativos.