Liga avançou com participação ao Aves por “não compactuar” com salários em atraso
I liga
22 de jul. de 2020, 11:58
— Lusa/AO Online
Fonte da Liga de clubes explicou à Lusa que o
organismo decidiu notificar e participar disciplinarmente pois, apesar
de os prazos administrativos estarem suspensos, “a direção da Liga não
podia compactuar com a falta de pagamento de salários”.O
arquivamento do processo disciplinar associado ao incumprimento
salarial de março a abril no Desportivo das Aves, último classificado da
I Liga de futebol, ocorreu devido a uma questão processual, disse à
Lusa fonte da Federação Portuguesa de Futebol.Segundo
a mesma fonte da FPF, ainda não tinha terminado o prazo para que a SAD
do Desportivo das Aves fizesse prova da inexistência de dívidas quando a
Liga de clubes avançou com a participação, devido à suspensão dos
prazos administrativos, decidida pelo Governo, por causa da pandemia de
covid-19.Apesar do arquivamento, existe a
possibilidade de se avançar com um outro procedimento disciplinar caso
exista incumprimento na obrigação de demonstração da inexistência de
dívidas salariais.A SAD do Desportivo das
Aves, já despromovido ao escalão secundário, viu hoje ser arquivado um
processo disciplinar associado ao incumprimento salarial de março a
abril.“Os membros da secção profissional
do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF)
ordenam o arquivamento por inexistência de indícios da prática de
qualquer infração disciplinar por parte do arguido CD Aves - SAD”, lê-se
no acórdão.A 09 de junho, na sequência
da 25.ª jornada, que marcou a retoma do campeonato, a Liga Portuguesa de
Futebol Profissional (LPFP) informou que os nortenhos tinham falhado a
demonstração de documentos comprovativos da regularização dos ordenados
de março e abril a jogadores e treinadores, remetendo o assunto para o
organismo federativo.Em causa estava uma
eventual infração do artigo 78.º - A do Regulamento de Competições da
LPFP, que determina que “os clubes devem demonstrar a inexistência de
dívidas correspondentes a retribuições-base e compensações mensais a
jogadores e treinadores até 15 de maio relativas à contraprestação
realizada de março a abril”.A decisão do
Conselho de Disciplina é idêntica ao desfecho verificado em 30 de junho,
quando a administração liderada pelo chinês Wei Zhao escapou ao
processo instaurado pela FPF a 03 de abril relativamente ao
incumprimento de ordenados entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020
aos plantéis principal e sub-23, com controlo até 15 de março.As
“medidas excecionais e temporárias” aprovadas pelo Governo face à
pandemia de covid-19 introduziram um “regime excecional de suspensão dos
prazos”, que fez com que a SAD do Aves cumprisse atempadamente o atraso
salarial, justificado com a paralisação da atividade económica na
China, motivada pelo novo coronavírus.A 06 de maio, fonte dos nortenhos adiantou à agência Lusa que os salários
de março seriam liquidados na totalidade, enquanto 35% das verbas de
abril e maio estariam cativadas devido à paragem provocada pela
covid-19, sendo repostas com o regresso da competição, mas a promessa
ainda não foi cumprida por Wei Zhao.A SAD
informou no domingo que não iria comparecer ao duelo de hoje com o
Benfica, devido à anulação da apólice de seguro de acidentes de
trabalho, que o clube desbloqueou no dia seguinte, tendi assegurado duas
baterias de exames negativos à covid-19, obrigatórias ao abrigo do
protocolo de reinício da I Liga em plena pandemia.Os
jogadores subiram ao relvado mesmo com três meses consecutivos de
vencimentos em atraso, que resultaram nas desvinculações unilaterais dos
guarda-redes Quentin Beunardeau e Raphael Aflalo, do defesa Jonathan
Buatu, dos médios Aaron Tshibola, Estrela e Pedro Delgado e dos
avançados Kevin Yamga e Welinton Júnior.