Líderes europeus chegam a acordo para embargo ao petróleo russo
UE/Cimeira
31 de mai. de 2022, 12:03
— Lusa/AO Online
“Acordo
para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isto abrange
imediatamente mais de dois terços das importações de petróleo à Rússia,
cortando uma enorme fonte de financiamento para a sua máquina de
guerra”, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa
publicação na rede social Twitter.Na
publicação, o responsável destacou “a unidade” no Conselho Europeu, que
está hoje e terça-feira reunido em Bruxelas numa cimeira extraordinária,
vincando ainda a “máxima pressão sobre a Rússia para acabar com a
guerra”.Depois de difíceis discussões na
UE para avançar com um embargo gradual e progressivo ao petróleo russo,
como proposto pela Comissão Europeia há quase um mês, o assunto esteve
na agenda dos líderes europeus, havendo agora alterações face à proposta
inicial, como de a medida abranger dois terços das importações
europeias de petróleo russo, ou seja, todo o petróleo marítimo
proveniente da Rússia.Isto significa que
tanto a Hungria como outros países mais dependentes do petróleo russo,
como Eslováquia e República Checa, consigam continuar a fazer
importações por via terrestre.Tais
importações são feitas através do oleoduto de Druzhba, com uma extensão
de 8.900 quilómetros e que sai da Rússia e chega até a Bielorrússia,
onde se bifurca em dois ramais, um que abrange a Polónia e a Alemanha,
países que se comprometeram a não o usar, e outro que chega à Ucrânia,
Hungria, Eslováquia e República Checa.Face
às críticas destes países mais dependentes do petróleo russo,
principalmente da Hungria, estão previstas ainda exceções temporárias
para garantir a segurança do aprovisionamento de certos Estados-membros.Fontes
europeias explicaram que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán,
solicitou aos seus homólogos a inclusão de uma cláusula de solidariedade
e de emergência para Budapeste dar aval ao embargo, prevendo que,
perante uma rutura do abastecimento através deste oleoduto, os outros
Estados-membros ajudem o país para garantir aprovisionamento. Em
causa está o sexto e novo pacote de sanções contra a Rússia devido à
invasão da Ucrânia, proposto pela Comissão Europeia no início de maio,
após a instituição ter abrangido, no anterior conjunto de medidas
restritivas, a proibição da importação de carvão.O
pacote mais recente, apresentado por Bruxelas há quatro semanas, prevê
uma eliminação total e gradual da importação de todo o petróleo russo
para assim reduzir a dependência energética europeia face à Rússia,
estipulando também uma derrogação de um ano suplementar para Hungria e
Eslováquia.De acordo com fontes europeias,
está previsto que estas sanções entrem em vigor daqui a seis meses no
que toca ao petróleo e dentro de oito meses para produtos derivados do
petróleo.A guerra na Ucrânia expôs a
excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável
por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também
fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.