Líder parlamentar do PSD defende reedição de acordo com o PS para reduzir IRC
21 de set. de 2022, 18:40
— Lusa/AO Online
Joaquim
Miranda Sarmento considerou que há uma “total descoordenação” sobre
esta matéria, uma vez que o ministro da Economia “defende essa medida
mas foi desautorizado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e
agora pelo ministro das Finanças”.O
parlamentar falava em Ponta Delgada, aos jornalistas, à margem do
Encontro Interparlamentar do PSD, que reúne deputados do Parlamento
Europeu, da Assembleia da República e do parlamento dos Açores.O
líder parlamentar recordou que em 2014, estando o PSD no Governo e o PS
na oposição, houve um acordo que “permitiu reduzir a taxa de IRC de 25
para 21%, mas era mais ambicioso, apontando para uma meta de 17%”.Foi
António Costa, quando chegou à liderança do partido, que “rompeu este
acordo e, como primeiro-ministro, agravou a tributação das empresas em
sede de IRC, nomeadamente na derrama estadual e nas tributações
autónomas”, segundo o dirigente parlamentar.“Faz
todo o sentido que haja uma redução da carga fiscal das empresas por
via do IRC”, sendo que o ideal seria que se “reduzisse mais alguns
pontos percentuais, de maneira a que a taxa de IRC máxima que uma
empresa possa pagar em Portugal, que é 31,5%, pudesse descer dentro de
um calendário definido e as restrições orçamentais do país”.O
ministro das Finanças, Fernando Medina, remeteu hoje eventuais
alterações fiscais para as empresas, nomeadamente ao nível do IRC, para
as negociações com os parceiros sociais, depois do ministro da Economia
ter defendido o benefício de uma descida transversal deste imposto. “Isso
é uma matéria que neste momento está numa negociação de boa-fé, de
espírito aberto, de diálogo e respeito pelos parceiros na mesa das
negociações e não na praça pública”, disse Fernando Medina, em
declarações aos jornalistas à margem do 7.º Congresso dos Contabilistas
Certificados, que decorre entre hoje e dia 23 na Altice Arena, em
Lisboa. Quando questionado sobre se estão
afastadas alterações fiscais no Orçamento do Estado para 2023, o
governante indicou que “não estão”, mas salientou que “estão em
discussão aberta com os parceiros sociais”. “É
prematuro antecipar quais, onde, em que escala, em que duração”, disse,
acrescentando que “o Governo não negoceia na praça pública”.