Líder parlamentar do PS pede ao PSD que separe “oposição ao Governo e oposição ao país”
Aeroporto
12 de jul. de 2022, 13:13
— Lusa/AO Online
No final da primeira reunião
descentralizada da direção do grupo parlamentar, em Sines (Setúbal),
Eurico Brilhante Dias comentou as declarações do vice-presidente do PSD
Paulo Rangel, que na segunda-feira defendeu que o Governo não pode
“passar a bola” aos sociais-democratas nesta matéria.“O
PSD tem de escolher o seu caminho e precisa de perceber que fazer
oposição ao Governo é legítimo, é normal, o Governo precisa de uma boa
oposição. Mas deve separar o que é fazer oposição ao Governo do que é
fazer oposição ao país”, contrapôs hoje o líder da bancada socialista.Brilhante
Dias considerou que, quanto ao futuro aeroporto, “a opção política do
Governo é clara”: “É envolver o maior partido da oposição para que a
solução final seja perene”, disse.Para o
deputado socialista, “não foi apenas a falta de decisão” que leva a que a
região de Lisboa ainda não tenha um novo aeroporto.“Foi
o facto também evidente de, quando mudou o governo, em particular
quando o PSD regressou ao poder, ter alterado decisões. Neste caso,
ainda não saiu da oposição, mas já alterou a sua posição sobre o
aeroporto mudando de liderança”, disse.Eurico
Brilhante Dias considerou que “a oposição também é responsável pelo
futuro do país” e deixou um ‘recado’ para o novo presidente do PSD, Luís
Montenegro.“A política de terra queimada
não resolve os problemas dos portugueses e, por isso, não resolve
problema de nenhum político português, nem mesmo do dr. Montenegro”,
afirmou.Na segunda-feira, no final da
primeira reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD desde a
tomada de posse de Luís Montenegro, em 03 de julho, Paulo Rangel
expressou uma posição de “condenação veemente” ao primeiro-ministro por
reduzir o episódio com o ministro das Infraestruturas sobre o futuro
aeroporto a “um casinho”, e desafiou-o a dizer se avança com a Avaliação
Ambiental Estratégica (AAE) antes de haver “outros progressos” sobre o
tema. Questionado sobre a posição do PSD
sobre a matéria, Rangel defendeu que é o Governo “que governa há sete
anos e com maioria absoluta” que tem de responder.“O Governo não pode passar a bola ao PSD, o PSD não é responsável pelos falhanços do Governo”, disse.O
primeiro vice-presidente do partido do PSD não avançou ainda uma data
para o encontro entre o novo presidente social-democrata e António
Costa.“Há de haver oportunamente - e não
demorará muito - um encontro entre o primeiro-ministro e o presidente do
PSD, não especificamente para tratar deste assunto, será um encontro
para todos os assuntos da agenda, esse será um deles”, disse. NNesta
matéria, António Costa tem defendido que tem de se “trabalhar para uma
solução técnica, política, ambiental e economicamente sustentável - uma
solução que seja objeto de um consenso nacional, designadamente com o
maior partido da oposição”.No final de
junho, o primeiro-ministro determinou a revogação do despacho que
apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a
nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o
ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior
apresentara esta proposta.A solução que
constava no despacho revogado passava por avançar com o projeto de um
novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em
Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para
encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete estiver
concluído, previsivelmente em 2035.