Líder do PSD diz que Governo está “a apodrecer” e aponta ambição de “ser maioritário”
27 de abr. de 2023, 07:42
— Lusa/AO Online
“Estamos
aqui para merecer ter o maior número de votos e mandatos no parlamento,
que há de ser maioritário e há de ser de molde a dar condições ao nosso
Governo de transformar o país. Não queremos ir para o Governo para
sobreviver politicamente, para usufruir das benesses do poder”, afirmou
Luís Montenegro, na intervenção de abertura do Conselho Nacional do PSD.Num
discurso de cerca de meia hora, Montenegro repetiu as acusações de que o
Governo do PS está “a empobrecer Portugal”, mas acrescentou uma outra.“O
país empobreceu e o Governo está a apodrecer”, apontou, dizendo que tal
é demonstrado por “todos os casinhos e casões” que afetaram o
executivo, mas também pela “falência de alguns serviços públicos”,
apontando em particular à justiça.Numa
alusão ao processo que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates,
Montenegro alertou que, “a julgar pelas últimas notícias”, a justiça não
vai ser capaz de “dar um julgamento justo a quem causou tanto alarme
social pela eventual prática de crimes graves no exercício das mais
altas funções do Estado no Governo ou nas instituições financeiras”.“Se
esses casos tiverem a prescrição, será mais um sinal da incapacidade do
Estado de cumprir as tarefas mais elementares e isso revela o
apodrecimento da governação socialista”, criticou.Entre
outros exemplos do que classifica como apodrecimento entram, para
Montenegro, os sucessivos “recordes de carga fiscal” e o facto de
António Costa ter dito “que até preferia falar com sotaque brasileiro do
que com sotaque português de Portugal” - frase que também já tinha sido
criticada pelo líder do Chega, André Ventura – ou as polémicas
envolvendo a TAP.“Quando membros do
Governo dizem uma coisa e o seu contrário num espaço de horas e o
primeiro-ministro encara com naturalidade, é o apodrecimento da função
governativa e da sua autoridade”, apontou.Luís
Montenegro chegou mesmo a acusar o PS de estar nas mãos da “publicidade
política” e o primeiro-ministro, António Costa, de ser “um fantoche nas
mãos do que os assessores de comunicação lhe dizem para fazer”“Chegou
a dizer que aquele partido que ele acha que nos cria problemas – não
nos cria problemas nenhuns – que era insuflado pela comunicação social.
Se fosse eu a dizer isto, caía o ‘Carmo e a Trindade’, sendo o dr.
António Costa ‘no pasa nada’”, ironizou, recorrendo ao sotaque espanhol.Montenegro
repetiu uma ideia que já tinha deixado em outros Conselhos Nacionais,
de que “há muitos interesses em Portugal que vivem bem com o PS e com
António Costa”.“Quero dizer ao país e aos portugueses: não se deixem enganar outra vez pelo dr. António Costa e pelo PS”, apelou.E
recorrendo à reprimenda do presidente da Assembleia da República,
Augusto Santos Silva, na sessão de boas vindas ao Presidente do Brasil
aos deputados do Chega por terem empunhado cartazes durante o discurso
de Lula da Silva, deixou mais um ‘recado’ ao primeiro-ministro.“Francamente,
parafraseando alguém: já chega dessa brincadeira dr. António Costa, não
é por os seus publicitários lhe dizerem isso que vai reeditar o
ambiente que se viveu nas últimas eleições. Nem eu, nem o povo português
estamos distraídos”, avisou.