Líder do PSD/Açores quer "nova cultura de autonomia"
24 de jan. de 2020, 10:29
— Lusa/AO Online
"É tempo de
inaugurar uma nova cultura de autonomia. Mais adequada aos novos
desafios da nova década, do novo século, do novo milénio. Um novo ciclo
de autonomia de responsabilização. Não é o Governo a controlar todos e a
mandar em tudo. É um pacto de co-responsabilização entre a cidadania, a
sociedade civil, as freguesias, os municípios, a região e o Estado e a
União Europeia", analisa a moção, a que a agência Lusa teve acesso.Para
Bolieiro, o interesse de cada uma das regiões autónomas de Portugal,
Açores e Madeira, "é também interesse nacional", sendo que "o interesse
do Estado não pode ser utilizado como contraposição ao interesse
regional, tanto no plano da interpretação constitucional dos limites das
competências das regiões autónomas como no plano da acção e decisão
política".E continua: "Queremos uma
autonomia de responsabilização com o poder nacional. Não há assuntos só
da região, nem assuntos só do Estado, quando está em causa o
desenvolvimento dos Açores e da Madeira, logo de Portugal".Uma
"próxima revisão constitucional" ou o "direito ordinário" deve
considerar, entre outras matérias, o "reforço das competências
legislativas regionais" e da "participação das regiões autónomas na
determinação e condução da política externa da República, quando estejam
em causa matérias que lhes digam respeito".Tal
avanço legislativo deve também considerar, prossegue a proposta, "o
direito à justa compensação e à diferenciação positiva com vista à
atenuação dos custos da insularidade e ao carácter periférico das
regiões" e "o direito de cada região exercer conjuntamente com o Estado a
gestão do mar do respectivo território insular".José
Manuel Bolieiro lembra ainda a "mobilidade induzida pela liberalização
do espaço aéreo entre" estas os Açores e a Madeira e o continente,
"adoptada por um Governo da responsabilidade do PSD" e definida pelo
líder do PSD/Açores como "essencial para o crescimento turístico e para
garantir um direito fundamental dos açorianos e madeirenses"."O
subsídio social de mobilidade, a suportar exclusivamente pelo Estado e
ou pela União Europeia, que compensa os residentes nos Açores e na
Madeira pelos sobrecustos das viagens aéreas para o continente português
é um direito dos residentes nestas ilhas e, simultaneamente, uma
obrigação do Estado e não um capricho político", refere ainda, antes de
defender uma "simplificação do processo de reembolso das passagens áreas
dos residentes e uma adequada fiscalização que combata a fraude na sua
aplicação".A frase final do texto defende
que é ao PSD "que cabe ser o partido liderante desta nova interpretação
da autonomia constitucional, a partir desta nova década do século XXI".O
atual presidente do PSD, Rui Rio, venceu no sábado a segunda volta das
eleições diretas com cerca de 53% dos votos, derrotando o antigo líder
parlamentar Luís Montenegro, que reclamou representar perto de 47% dos
votos dos militantes sociais-democratas.Na
primeira volta, Rio foi o mais votado com 49,02%, mas falhou a maioria
absoluta. Luís Montenegro conseguiu 41,42% e o vice-presidente da Câmara
de Cascais, Miguel Pinto Luz, obteve 9,55%, ficando de fora da segunda
volta.O 38.º Congresso do PSD, de
consagração do novo presidente e de eleição dos restantes órgãos do
partido, realiza-se entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo.O
PSD/Açores, por seu turno, esteve reunido em congresso no passado fim
de semana, na ilha do Pico, de olho nas regionais na região que decorrem
este ano. José Manuel Bolieiro é
vice-presidente da direção nacional de Rui Rio, não sendo ainda sabido
se mantém a condição a partir do congresso de Viana do Castelo.