Líder do PS/Açores recomenda reforço de testes e antecipação de vacinas a crianças
Covid 19
29 de dez. de 2021, 09:27
— Lusa/AO Online
Numa carta a
que a Lusa teve acesso, dirigida a José Manuel Bolieiro e datada de
hoje, dia em que foram reportados 189 novos casos de covid-19, o maior
número diário na Região desde o início da pandemia, Vasco Cordeiro
alerta para “a necessidade urgente e imperiosa de reforçar a capacidade
de testagem e de rastreio de casos positivos”, criticando a “taxa
moderadora de 65 euros” implementada pelo Governo para os testes PCR. “Um
dos aspetos que é unânime, na opinião dos especialistas, é a
necessidade de reforçar a testagem, sendo também unânime a posição
segundo a qual o teste mais fiável e fidedigno é o feito segundo o
método RT-PCR. Surpreendente e inexplicavelmente, o Governo Regional, a
22 de dezembro, faz publicar uma portaria que institui, para os testes
de despiste ao SARS-CoV-2 [vírus que provoca a covid-19], uma taxa
moderadora de 65 euros para os testes PCR e de 10 euros para os testes
de antigénio”, alerta o ex-presidente do Governo Regional açoriano.Vasco
Cordeiro justifica a carta com o facto de o executivo ter optado “por
não dialogar, não ouvir nem informar os partidos políticos – pelo menos,
o PS/Açores – sobre o sobre o evoluir da situação” pandémica.Para
o PS/Açores, há “três aspetos nos quais é mesmo muito urgente o Governo
Regional inverter algumas decisões que tem tomado e, em alguns casos,
acelerar processes para recuperar o tempo perdido”. Quanto
aos rastreios, Vasco Cordeiro alerta que, perante uma nova variante do
vírus, “deveria ser facilitado, e não dificultado, o acesso aos testes”.O socialista critica as taxas moderadoras definidas, alertando que “a pandemia não conhece rendimentos”.A medida, defende, “deve ser revogada na sua totalidade de imediato”. “A isso acresce a persistente baixa capacidade de testagem que a região tem evidenciado”, alerta.O
ex-presidente do executivo regional lembra que, no final de 2020, os
laboratórios dos Hospitais do Divino Espírito Santo (Ponta Delgada) e
Santo Espírito (Angra do Heroísmo) tinham uma capacidade “para a
realização diária de mais de dois mil testes”.O
socialista considera necessário “retomar um nível de rastreio que
permita a identificação de cadeias de transmissão, e não, pura e
simplesmente, a declaração de transmissão comunitária”. “A
identificação de cadeias de transmissão permite uma abordagem mais
focada e mais eficaz no controlo da transmissão do vírus. Permite,
igualmente, que eventuais medidas mais restritivas sejam tomadas apenas
onde são necessárias”, reforça, sugerindo um aumento da capacidade de
rastreio através da “colaboração com as Forças Armadas”.Para Vasco Cordeiro, é também preciso “disponibilizar mais informação e dar orientações claras e coerentes”. Quanto
à vacinação de crianças, o líder do PS/Açores observa que “apenas em
meados de janeiro está previsto o início do processo de vacinação de
crianças [entre os 05 e os 11 anos]”, um calendário que não parece
“minimamente aceitável”.“É
necessário definir, com a maior urgência, um plano de ação que permita
antecipar significativamente esses calendários, de forma a minimizar o
prejuízo que derivará de um atraso no reinício das aulas”, defende.Por
outro lado, devem ser “ativados os procedimentos necessários para,
falhando a antecipação do calendário de vacinação, as aulas possam ser
retomadas por meios telemáticos [à distância]”. As
nove ilhas dos Açores vão passar à situação de contingência devido à
covid-19 a partir de quarta-feira, passando a ser obrigatório a
apresentação de um teste negativo para aceder a eventos, revelou hoje o
secretário da Saúde.Em
declarações à agência Lusa, Clélio Meneses avançou que a decisão de
colocar todas as ilhas em situação de contingência (que vigorava apenas
em São Miguel desde dia 23) foi tomada pelo Conselho de Governo, que se
reuniu na segunda-feira.Além
da apresentação de um teste negativo para aceder a eventos, na situação
de contingência a presença de público está limitada até três quartos da
lotação do espaço onde a iniciativa se realiza.São
ainda encerrados as creches, os jardins-de-infância e os centros de
atividades ocupacionais e proibidas as celebrações de final do ano, os
ajuntamentos e o consumo de álcool na via pública.