Líder do PCP/A acusa PS de ser reponsável pelo veto

Estatuto Político-Administrativo

27 de out. de 2008, 15:50 — Lusa/AOonline

“A responsabilidade é do PS que, de forma cega, conduziu a esta situação”, afirmou o coordenador dos comunistas açorianos à agência Lusa.     Segundo Aníbal Pires, que não se mostrou surpreso com o veto de Cavaco Silva, o “PS não quis conformar o texto com a Constituição”, o que demonstrou a “teimosia” também do líder dos socialistas açorianos, Carlos César, nesta matéria.     O dirigente do PCP/Açores adiantou, ainda, que essa situação vai “prolongar por mais tempo” a entrada em vigor de um “bom Estatuto” para a região autónoma, que fica num “limbo de incertezas” relativamente à revisão constitucional de 2004, que reforçou os poderes legislativos do arquipélago.     O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vetou hoje o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, argumentando que o diploma possui duas normas que colocam "em sério risco os equilíbrios político-institucionais".     "O diploma em causa, ainda que expurgado de inconstitucionalidades de que enfermava, continua a possuir duas normas - as do artigos 114º e do artigo 140º, nº 2 - que colocam em sério risco aqueles equilíbrios político-institucionais, pelo que decidi não o promulgar, em cumprimento do meu mandato como Presidente da República Portuguesa", refere Cavaco Silva, na mensagem enviada à Assembleia da República.     Se a Assembleia da República confirmar o voto por maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções, o Presidente terá de promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua recepção.     Ou seja, bastará que os 121 deputados socialistas votem favoravelmente o Estatuto para o chefe de Estado ser obrigado a promulgá-lo.