Líder do parlamento açoriano pede revisão urgente da Lei das Finanças Regionais
23 de jul. de 2025, 09:35
— Lusa/AO Online
O presidente da Assembleia
Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Luís Garcia,
reuniu-se, em Lisboa, com o presidente da Assembleia da República,
José Pedro Aguiar-Branco, para abordar “temas estruturantes para a
região”.Segundo um comunicado de imprensa
da ALRAA, no encontro reafirmou o contributo estratégico dos Açores para
Portugal e defendeu “avanços em matérias como a revisão constitucional,
a Lei das Finanças Regionais e o combate às dependências”.Luís
Garcia defendeu que “a autonomia é um exercício de responsabilização
que não desobriga ninguém, muito menos o Estado”, sublinhando que o
atual quadro jurídico e financeiro “não tem garantido um cumprimento
cabal das obrigações da República para com os Açores”.Por
isso, de acordo com a nota, o líder do parlamento dos Açores reiterou
“a necessidade urgente de revisão da Lei das Finanças Regionais,
alertando que a legislação em vigor é insuficiente para assegurar os
meios adequados ao desenvolvimento e à sustentabilidade das finanças
públicas da região”.“Não se trata de pedir
privilégios, mas sim de garantir justiça e equidade para todos os
portugueses, incluindo os que vivem nos Açores”, afirmou Luís Garcia.Citado
na nota, o político sublinhou que esse princípio deve estender-se
também à gestão do mar, onde “os direitos da região continuam a ser
limitados por interpretações centralistas e restritivas da
Constituição”. O presidente da ALRAA
defendeu também o aprofundamento da autonomia através de uma revisão
constitucional que considera “essencial” para clarificar e reforçar o
papel das Regiões Autónomas em áreas estratégicas como o mar, permitindo
uma governação mais eficaz, num domínio onde os Açores “têm demonstrado
liderança e compromisso com a sustentabilidade”.“Não
é compreensível que matérias tão centrais para o futuro da região
continuem sem resposta efetiva por parte da República”, considerou.No
âmbito do combate às dependências, o presidente da ALRAA recordou a
missiva enviada na semana passada a Aguiar-Branco, onde solicitou a
“urgente atualização da legislação nacional para incluir e criminalizar
novas substâncias psicoativas, como as catinonas sintéticas NEP, 2-MMC e
4-BMC que têm vindo a circular nos Açores”.Luís
Garcia apelou a uma “resposta rápida” e adaptada à especificidade das
Regiões Autónomas, sublinhando a importância da cooperação entre os
órgãos do Governo Regional e a Assembleia da República para “enfrentar
este desafio emergente”.