Líder do Governo dos Açores pede união para ultrapassar conjuntura penosa
23 de nov. de 2022, 20:51
— Lusa/AO Online
“Proponho
trabalharmos unidos, para que este tempo mais difícil seja ultrapassado
com menos sofrimento, resolvendo problemas e aproveitando
oportunidades”, declarou José Manuel Bolieiro, numa intervenção de cerca
de 30 minutos no final do debate do Plano e Orçamento da região para
2023, na Assembleia Legislativa, na Horta.O
social-democrata considerou que a atual conjuntura “não encontra
paralelo em anteriores períodos de programação da aplicação dos
dinheiros públicos”, devido às consequências da inflação e da guerra na
Ucrânia.“Tem sido um tempo penoso para
tudo. Não podemos resolver tudo num só instante e por decreto. A crise
afeta-nos a todos. Todos devemos reagir no combate à crise. É admissível
que a uns caiba fazer mais do que a outros e a alguns se justifique
ajudar mais”, reforçou.Sobre o Plano e
Orçamento para 2023, José Manuel Bolieiro destacou que vai “apoiar os
mais frágeis” e a classe média, exemplificando com o reforço dos apoios
sociais e a recapitalização do tecido empresarial através da banca de
retalho.José Manuel Bolieiro elencou
várias medidas do governo açoriano, como o aumento do complemento ao
abono de família, o lançamento do programa "Novos Idosos", a
comparticipação a 100% dos painéis solares, o início do programa de
manuais escolares digitais, a redução fiscal e a Tarifa Açores (que fixa
o preço das viagens entre ilhas a 60 euros).O
chefe do executivo dos Açores realçou ainda que, desde da tomada de
posse do Governo, em novembro de 2020, foram colocados “mais de 3.200
açorianos no mercado de trabalho” e que o “número de desempregados
inscritos nos Centros de Emprego é o mais baixo dos últimos 12 anos”.Também na região existem “mais 62 médicos no Serviço Regional de Saúde do que há um ano”, recordou.Manifestando-se
“orgulhoso” de liderar uma “governação plural e de alternativa” à do
PS, José Manuel Bolieiro salientou que a entrada em vigor do Plano e
Orçamento para 2023 é “essencial e inadiável para resolver problemas
graves, evitar problemas grandiosos e aproveitar oportunidades”.“Nem
sempre é fácil conciliar sensibilidades diferentes, visões distintas,
opiniões divergentes, mas o diálogo é e tem sido o nosso melhor método
para aperfeiçoar ideias iniciais”, afirmou, acrescentando que “quem
afirma que esta solução de governo está a governar para sobreviver é
porque nunca foi capaz de dialogar”.O
presidente do Governo dos Açores aludiu também à anterior governação do
PS, que “governou em maioria absoluta” com “muita intransigência e
arrogância”, o que contribuiu para que os “Açores tenham ainda dos
piores indicadores sociais do país”.“Hoje,
pelo contrário, o que se tem testemunhado é que todos se sentem mais
livres para assumirem frontalmente as suas opiniões e manifestarem as
suas preferências e as suas discordâncias”, assinalou.Destacando
que o Governo Regional está a realizar uma “mudança de paradigma” na
saúde, na educação e no combate à pobreza, José Manuel Bolieiro revelou
ainda que o executivo vai realizar um estudo para “conhecer o sobrecusto
dos cuidados de saúde nos Açores relativamente aos custos padrão" no
continente.Segundo disse, o estudo pretende ser um “útil argumento para a futura revisão da Lei de Finanças das Regiões Autónomas”.“Trabalhamos
muito no presente, nem sempre ajudados pelo passado, mas queremos
deixar melhor herança para a próxima geração. O tempo vai provar que os
Açores estão agora a mudar para melhor”, assegurou.O
Orçamento dos Açores para 2023, de cerca de 1,9 mil milhões de euros,
começou na segunda-feira a ser debatido no plenário da Assembleia
Legislativa Regional.O atual Governo dos
Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM e com o apoio parlamentar de Chega,
IL e deputado independente, tomou posse em novembro de 2020, após 24
anos de governação socialista na região.