Líder da Fenprof tenta invadir Conselho de Ministros depois de Costa evitar manifestantes
27 de fev. de 2020, 17:09
— Lusa/AO Online
Mário Nogueira, que se
encontrava acompanhado de outros representantes daquela estrutura
sindical de professores, tentou forçar a entrada no edifício do
Cineateatro de Bragança, já durante o ‘briefing’ do Conselho de
Ministros, tendo sido impedido pelas forças de segurança."Exigem
respeito os professores, exigem respeito os professores", gritavam
cerca de 20 elementos da Fenprof que se encontravam concentrados junto à
entrada do Cineteatro de Bragança.A porta
do edifício, que até àquele momento esteve sempre aberta, foi fechada
pelo interior a cadeado, enquanto a ministra da Coesão Territorial, Ana
Abrunhosa, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e a
secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira,
respondiam às questões dos jornalistas. "Aquilo
que assistimos hoje aqui mostra bem o Governo que temos. É alguém que
não querendo enfrentar os professores - que nada tinham de especial para
fazer que não fosse entregar uns postais assinados por milhares de
professores e simultaneamente dizer que queremos dialogar e negociar
para resolver problemas -, António Costa, como os restantes membros do
Governo saíram cobardemente pelas traseiras, como saem aqueles que não
querem enfrentar os problemas", declarou o secretário-geral da Fenprof
em declarações aos jornalistas.O incidente
aconteceu ao início da tarde, já depois de, explicou o dirigente
sindical, um assessor do primeiro-ministro se ter dirigido à delegação
da federação de docentes para informar que ia averiguar a possibilidade
de ser recebida pelo chefe do Governo, mas não voltou a aparecer.Mário
Nogueira disse, contudo, não estar surpreendido com a atitude do
Governo e afirmou que a Fenprof marcará presença em todos os conselhos
de ministros descentralizados até que seja ouvida"Estes
postais, estas caixas que nós aqui temos com muitos mais milhares, que
irão ser assinados no dia 21 de março em Castelo Branco, no segundo
Conselho de Ministro descentralizado lá estaremos para os entregar e lá
estaremos para dizer a António Costa que, enquanto não receber os
professores, nós estaremos em todos os conselhos de ministros que se
realizarem fora de Lisboa", conclui.Para o
dirigente sindical, "hoje provou-se aqui que o ministro da Educação
está bem neste Governo que é um Governo que desrespeita professores"."Hoje
António Costa provou que não é primeiro ministro de todos os
portugueses. António Costa veio confirmar que o seu lema nestas
iniciativas descentralizadas de "Governo mais próximo" é mais próximo de
alguns interesses que não são, de certeza, os interesses do país,
porque cada vez se afasta mais dos professores", acrescentou.Cerca
de 50 docentes encontravam-se desde manhã junto ao local onde se
realiza o Conselho de Ministros descentralizado com o objetivo de
entregar em mãos ao primeiro-ministro António Costa, cerca de 7.000
postais assinados por professores e educadores, onde exigem a abertura
das negociações com a tutela.A federação
sindical exige a abertura de negociações para resolver problemas como a
progressão na carreira, o envelhecimento dos profissionais, a
precariedade e as condições de trabalho nas escolas.A
Fenprof acusa o Ministério da Educação de se recusar a "reunir,
dialogar" e "abrir negociações das quais resultem as medidas necessárias
à superação" destes problemas e alega que o ministro da Educação,
"desde o início do seu novo mandato", se "limitou a convocar uma
reunião, em 22 de janeiro, na qual reiterou indisponibilidade para o
diálogo e para a abertura de processos negociais sobre matérias que não
fossem por si decididas".