Marine Le Pen afirma ter inspirado propostas protecionistas de Trump
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, afirmou que o programa político do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com forte pendor protecionista, foi inspirado em propostas defendidas por ela.

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

“Não o encaro como um modelo, ele é que está a aplicar aquilo que eu proponho há anos e que os nossos adversários políticos sempre consideraram como estúpido”, referiu a líder da Frente Nacional, numa entrevista ao diário francês La Voix du Nord.

O protecionismo, na opinião de Marine Le Pen, consiste em adaptar cada decisão do direito aduaneiro a uma situação particular para reindustrializar o país.

“Não vamos colocar taxas sobre o café, que não produzimos”, disse a candidata às eleições presidenciais francesas deste ano.

Para a líder da Frente Nacional, a única maneira de impedir, por exemplo, que a empresa norte-americana Whirlpool transfira a sua fábrica da localidade francesa de Amiens (norte) para a Polónia é acabar com os interesses adjacentes a este tipo de movimentações.

As empresas “fazem isto para conseguirem fabricar no estrangeiro produtos a baixo custo que vão depois revender em França com uma margem adicional. Obviamente que devem ser aplicados direitos aduaneiros que os privem de tal benefício”, assinalou Marine Le Pen.

A líder da extrema-direita francesa, que segundo as sondagens irá conseguir disputar a segunda volta das presidenciais francesas em maio, referiu ainda que as suas ideias estão a ganhar um apoio eleitoral cada vez "mais sólido e fiel”, afirmando acreditar que uma eventual vitória nas eleições da primavera “é totalmente credível”.

No fim de semana passado, durante um encontro com as forças europeias populistas e de extrema-direita na região oeste da Alemanha, Marine Le Pen defendeu que a Europa “vai despertar” durante 2017, ano de eleições em vários países da União Europeia (UE).

Com o resultado surpresa do ‘Brexit’ (como ficou conhecida a saída do Reino Unido da UE após um referendo) e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, “2016 foi o ano em que o mundo anglo-saxónico acordou”.

“2017 será, tenho a certeza, o ano do despertar dos povos da Europa continental”, declarou então Marine Le Pen, durante o encontro que reuniu os partidos (eurocéticos e de extrema-direita) membros do grupo político Europa das Nações e da Liberdade (ENL) do Parlamento Europeu.

"Agora é preciso passar à próxima etapa, a etapa em que não nos vamos contentar mais em ser uma minoria no Parlamento, a etapa em que estaremos em maioria nas sondagens em cada eleição”, afirmou na mesma ocasião a líder da Frente Nacional.

Donald Trump tomou posse na sexta-feira passada como 45.º Presidente dos Estados Unidos.