Líder da estrutura regional do CDS defende extinção da CNE
Açores/Eleições
16 de out. de 2020, 15:30
— Lusa/AO Online
“A
CNE já deveria ter aberto os olhos mais cedo. Imparcialidade e
neutralidade foi coisa que o Governo [Regional] nunca teve na campanha
pré-eleitoral nem na campanha eleitoral, e a CNE andou cá e fechou os
olhos”, afirmou o também cabeça de lista pelos círculos da Terceira e da
compensação, em declarações aos jornalistas no Museu da Baleia, na
Horta, ilha do Faial.Segundo um parecer
conhecido hoje, e ao qual a agência Lusa teve acesso, a CNE diz que a
Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) não deveria ter enviado uma
correspondência aos açorianos sobre o sufrágio deste mês, pedindo também
"neutralidade e imparcialidade" ao Governo Regional.A
posição da CNE surge na sequência de queixas de "mais de duas dezenas
de cidadãos" a propósito de um 'email' enviado pela AT sobre o processo
de voto em mobilidade para as próximas regionais de 25 de outubro,
assinado pelo Governo dos Açores e apresentando a mensagem “O futuro dos
Açores está nas suas mãos”.“A CNE que
cumpra a sua função, seja ativa e pró-ativa. Deixou o Governo [Regional]
à vontade a fazer o que quis e bem entendeu. Culpa da CNE. Quanto a
mim, o organismo deveria ser extinto”, defendeu Artur Lima.O
presidente do CDS-PP/Açores prestou estas declarações acompanhado pelo
cabeça de lista do partido pelo círculo do Faial, Rui Martins, e pelo
líder nacional dos centristas, Francisco Rodrigues dos Santos, que não
quis prestar declarações à comunicação social.Na
posição hoje conhecida, a CNE determina à AT "que se abstenha de
intervir, por qualquer forma, nos processos eleitorais, seja porque tal
intervenção não é legitimada por nenhuma norma de direito eleitoral,
seja ainda e acessoriamente por força do que comanda o princípio da
especialidade das competências administrativas".No
que se refere ao Governo dos Açores, a CNE reitera o que já havia
transmitido ao vice-presidente do executivo socialista, Sérgio Ávila: o
executivo "está sujeito a especiais deveres de neutralidade e
imparcialidade" e não pode emitir documentos "à exceção" dos previstos
na lei nestes momentos eleitorais.Os
eleitores em mobilidade que votam antecipadamente nas eleições regionais
puderam manifestar essa intenção entre 11 e 15 de outubro e vão votar
este domingo.Com a alteração à Lei
Eleitoral da Assembleia Legislativa dos Açores, promulgada pelo
Presidente da República em 21 de agosto, os eleitores passam a poder
exercer o seu direito de voto de forma antecipada, por mobilidade,
também nas eleições regionais, algo que até agora era permitido apenas
nas eleições presidenciais, legislativas nacionais e europeias.Para
o efeito, vão ser criadas mesas de voto nas câmaras municipais da sede
de distrito, em Portugal continental; uma por concelho, nas 19 câmaras
municipais, nos Açores; uma na Câmara Municipal do Funchal e outra na
Câmara Municipal do Porto Santo, na Região Autónoma da Madeira.Concorrem
aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional 13 forças políticas:
PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega,
Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.