Autor: Lusa/AO Online
O
porto espacial dos Açores obteve licenciamento para operar e deverá
efetuar o primeiro lançamento na primavera de 2026, quase cinco anos
depois do inicialmente previsto, anunciaram na semana passada o operador
e a entidade licenciadora.
O licenciamento
foi atribuído pelo regulador, a Anacom - Autoridade Nacional das
Comunicações, ao Consórcio do Porto Espacial Atlântico, que fez o pedido
em dezembro.
“O objetivo é promover as
capacidades e o potencial de Portugal, através da sua centralidade
atlântica, como uma plataforma europeia de missões de retorno e de
acesso ao espaço, alavancando a posição geográfica estratégica do
arquipélago dos Açores e, a partir daí, as condições institucionais e
técnicas para que o país possa desempenhar um papel relevante na nova
economia espacial europeia”, referiu em comunicado o Ministério das
Infraestruturas e Habitação.
Segundo a nota, a emissão da licença “insere-se no desenvolvimento dos eixos de atuação da Estratégia Portugal Espaço 2030”.
A
licença atribuída ao porto espacial dos Açores é válida por cinco anos e
"refere-se exclusivamente à operação do centro de lançamento a
localizar na Malbusca", na ilha de Santa Maria, indicaram em
comunicado conjunto a Anacom e a Agência Espacial Portuguesa.
Trata-se da primeira licença concedida por Portugal para operacionalização de um porto espacial.
Segundo
o Ministério das Infraestruturas, a licença “refere-se exclusivamente à
operação do centro de lançamento, não abrangendo as operações de
lançamento propriamente ditas, as quais carecem de licenciamento e
avaliação específica”.
A avaliação técnica e
estratégica do pedido da empresa privada portuguesa Atlantic Spaceport
Consortium (ASC) cabe à Agência Espacial Portuguesa, “tendo em conta as
suas competências e o seu conhecimento aprofundado desta área a nível
nacional e internacional, após aprovação prévia do Governo”.
Foram
ouvidas as entidades relevantes, incluindo o Governo Regional dos
Açores e a Câmara Municipal de Vila do Porto (Santa Maria), indicou.
Em
declarações à agência Lusa, o diretor do consórcio português, Bruno
Carvalho, disse que, depois do licenciamento atribuído pela Anacom, são
esperados os primeiros lançamentos na primavera de 2026 de voos
suborbitais para testar tecnologia, operações e veículos.
O
consórcio já contratualizou missões, que carecem ainda de licenciamento
específico, com empresas da Polónia, Alemanha e Reino Unido.
Em
2027, está prevista a aterragem em Santa Maria do primeiro voo do
"Space Rider", o vaivém não tripulado da Agência Espacial Europeia.
Nesse
ano, o Consórcio do Porto Espacial Atlântico espera arrancar com o
lançamento de voos orbitais, para a colocação de satélites no espaço.
Fazem
parte do consórcio, formado em 2020, as empresas Ilex Space,
vocacionada para a área do negócio do espaço, e a Optimal, fabricante de
compósitos e componentes metálicos de satélites e foguetões.