Licença para hotel na Calheta de Ponta Delgada emitida o “mais tardar” em quinze dias
2 de set. de 2022, 08:14
— Lusa/AO Online
Em declarações aos jornalistas em Ponta
Delgada, após uma cerimónia no Tribunal de Contas, o social-democrata
Nascimento Cabral destacou que o pedido está “neste momento nos serviços
técnicos” do município, para verificar “se está tudo conforme com o
legalmente estipulado”.“Penso que na próxima semana, o mais tardar 15 dias, essas coisas estarão resolvidas”, assinalou.A
Asta Atlântida vai avançar com a construção de uma nova unidade
hoteleira e com um espaço verde na zona da Calheta Pêro de Teive, em
Ponta Delgada, “ainda em 2022”, disse na terça-feira à Lusa fonte da
empresa.No mesmo dia, a Câmara Municipal
de Ponta Delgada disse que estava “a analisar se o pedido formulado pela
referida empresa cumpre com os pressupostos legais exigidos para a
emissão do alvará em causa”.Nascimento
Cabral lembrou que o “projeto já estava aprovado” pelo anterior
executivo camarário, não existindo, “do ponto vista legal”, “algo que se
possa alterar” na obra.“A partir do
momento em que cumpre com tudo aquilo que são os determinismos legais
que estão previstos para aquela obra, naturalmente que nos resta confiar
que desta vez corra como deve ser”, afirmou.O
autarca realçou que, a “partir do momento em que a licença for
emitida”, o promotor vai ter “16 meses para iniciar e concluir a obra”.“Não
há nada neste momento que ponha em causa a falta de confiança para uma
solução final para os terrenos da Calheta. Estamos convencidos que a
efetivação daquele projeto requalificará a zona da Calheta que tanto é
necessária”, vincou.O presidente do maior
município açoriano não detalhou as dimensões e volumetria do hotel,
realçando que a “situação tal qual se encontra” a Calheta de Pêro de
Teive apresenta uma “visão degradada” de Ponta Delgada.“É
um processo que se arrasta há 14 anos. Queremos, acima de tudo, é que
se encontre uma boa solução para a zona da Calheta, permitindo
requalificá-la, devolvendo-a aos habitantes e a quem nos visita. A
situação tal qual como se encontra é que nos dá uma visão degradada da
nossa cidade”, salientou.Em 2021, a
autarquia, liderada então pela social-democrata Maria José Duarte,
intimou a Asta Atlântida a promover a demolição da obra inacabada das
galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive.A
demolição das galerias inacabadas permitiu derrubar "tudo o que está
acima da cota zero, que é a laje por cima das garagens, exceto o
edifício a poente”, que é do Governo Regional e para onde está previsto
um posto de turismo, conforme esclareceu, na altura, o administrador da
Asta Atlântida, José António Resendes.Em
16 de dezembro de 2021, a Câmara Municipal de Ponta Delgada ordenou que a
demolição parcial das Galerias da Calheta Pêro de Teive se iniciasse no
prazo de um mês.Passada uma semana, em 22 de dezembro, a autarquia informou que a empresa ia assumir a responsabilidade pela demolição da obra.O
processo arrasta-se desde 2008, altura em que foi anunciado um novo
espaço comercial na marginal de Ponta Delgada, a cargo da Asta
Atlântida, agora detida pelo fundo Discovery, mas que nunca foi
terminado.Em 2016, o mesmo fundo
apresentou uma "mudança radical" para as inacabadas galerias comerciais,
que passava por demolições e redução de volumetrias, aproveitando o
espaço para a criação de uma unidade hoteleira e de um jardim público.O processo de reformulação do projeto de arquitetura só foi iniciado em 2018.