Liberais vão escolher o seu 4.º líder e pela primeira vez há disputa interna
IL/Convenção
19 de jan. de 2023, 12:26
— Lusa/AO Online
Ao contrário do que
sempre aconteceu em anteriores eleições internas em que o vencedor era
conhecido à partida, já que se apresentava em lista única, desta vez
terá que se esperar por domingo e pelos votos dos cerca de 2300 membros
inscritos na convenção que decorre novamente no Centro de Congressos de
Lisboa para saber qual dos três candidatos será o novo líder liberal.Na
corrida estão Rui Rocha e Carla Castro, ambos deputados e ambos membros
da comissão executiva cessante, e o conselheiro nacional José Cardoso,
sem o palco do parlamento como os seus opositores, mas um nome bem
conhecido dos liberais. Com uma liderança
consolidada em convenção um ano antes e o melhor resultado eleitoral do
seu percurso nas legislativas antecipadas de 2022, que lhe permitiu
chegar a quarta força política, nada faria prever que haveria mudanças
na presidência da Iniciativa Liberal antes do planeado. O
anúncio da antecipação do calendário eleitoral interno e a decisão de
João Cotrim Figueiredo de não se recandidatar provocaram surpresa nas
hostes liberais no dia 23 de outubro do ano passado.O
presidente cessante explicou então que tomou esta decisão “pessoal e
politicamente difícil” por entender não ser a pessoa ideal para presidir
ao partido que agora precisava “de uma postura distinta” para continuar
a crescer, mas a forma como conduziu este processo valeu-lhe muitas
críticas internas.Menos de uma hora depois
deste anúncio, Rui Rocha adiantava à agência Lusa que iria avançar
nesta corrida sob o lema "Liberalismo para todos", uma candidatura que
teve apoio quase imediato de João Cotrim Figueiredo.Carla
Castro avançou dois dias depois do anúncio de eleições antecipadas e,
apesar de ter o apoio do primeiro presidente dos liberais, Miguel
Ferreira da Silva, e do antigo candidato presidencial Tiago Mayan
Gonçalves, não tem ao seu lado nenhum dos deputados que expressou apoio
público a candidaturas. Já o antigo líder e
deputado Carlos Guimarães Pinto mantém-se, como habitualmente desde que
saiu da presidência do partido, longe destas disputas internas.Depois
da decisão de adiar um mês esta reunião magna e já com a campanha de
Rui Rocha e Carla Castro no terreno e nas redes sociais, surgiu, com o
início deste ano, a candidatura de José Cardoso à direção do partido.Assim,
todos os liberais que se inscreveram dentro dos prazos – do universo de
seis mil membros, decidiram participar 2.327 – poderão escolher entre
as três moções globais de estratégia em votação para decidir quem será a
próxima comissão executiva e, por consequência, o próximo líder.A
Lista A, de José Cardoso, leva a moção “Um Partido e um País sem medo
da liberdade dos outros”, a lista L, de Rui Rocha, apresenta-se sob o
lema “Liberalismo para todos”, e a Lista M, de Carla Castro, com o mote
“A nossa Iniciativa Liberal”.Na VII
Convenção Nacional da IL há também eleições para os restantes órgãos
nacionais do partido e os membros vão votar – de novo de forma
eletrónica até porque uma parte participará remotamente – nas cinco
listas ao Conselho Nacional e nas quatro listas que se apresentam quer
ao Conselho de Jurisdição quer ao Conselho de Fiscalização.Os
trabalhos decorrem sábado e domingo e o palco escolhido foi de novo o
Centro de Congressos de Lisboa, mas desta vez num espaço maior do que na
última reunião magna.Para o primeiro dia,
expectativas voltadas para o discurso de João Cotrim Figueiredo, sendo
ainda anunciadas as moções de estratégia global e as respetivas listas à
direção, bem como as listas candidatas aos restantes órgãos nacionais.No
sábado, serão ainda debatidas as moções de estratégia global e as
setoriais, assim como as habituais intervenções dos membros inscritos. Para
a manhã de domingo estão marcadas as eleições, das quais sairão os
órgãos eleitos que tomarão posse, terminando a convenção, como é
tradição, com o discurso de quem for eleito para a presidência da
comissão executiva.