Liberais açorianos colocam quatro membros nos órgãos nacionais do partido

Quatro açorianos foram eleitos para os órgãos nacionais da Iniciativa Liberal. Entre eles, Nuno Barata, líder do partido nos Açores, que vai integrar a Comissão Executiva, liderada por Rui Rocha


Autor: Nuno Martins Neves/LUSA

A Iniciativa Liberal (IL) Açores conseguiu eleger quatro membros para os órgãos nacionais do partido, no final da VII Convenção Nacional da IL, que decorreu no fim de semana no Centro de Congressos de Lisboa, do qual saiu o novo líder dos liberais, Rui Rocha.

Nuno Barata, deputado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e líder da IL na Região, foi eleito para a Comissão Executiva Nacional, ficando responsável pela definição da políticas da regiões.

Já os membros Pedro Ferreira e Venício da Costa Ponte foram eleitos para o Conselho Nacional do Partido, e Luís Miguel Quental, que foi candidato pela IL/Açores à Câmara Municipal de Ponta Delgada, assumirá o seu cargo no Conselho de Jurisdição.

Foi ainda aprovada, por larga maioria dos 2300 membros inscritos na convenção, a Moção Setorial “Cumprir Portugal no Atlântico”, da autoria de Pedro Ferreira.

“A moção aponta baterias ao esquecimento a que o Estado tem votado as suas missões e responsabilidades nas regiões autónomas, ao nível dos serviços de segurança pública, justiça, financiamento das Universidade e do Centro Regional dos Açores da RTP, entre outras”, refere nota do partido.

Rui Rocha vence eleições em reunião com fraturas internas expostas

A VII Convenção da Iniciativa Liberal (IL) terminou em Lisboa com a vitória de Rui Rocha, que prometeu derrotar “o bipartidarismo” e levar para a rua a luta contra a revisão constitucional, numa reunião longa, crispada e dividida.

No discurso de vitória das eleições internas da IL, Rui Rocha garantiu que o partido “assume as suas responsabilidades” e vai “liderar a oposição”, como considera que tem feito até aqui: “O Governo pode agarrar-se ao poder, mas o Governo do PS está completamente esgotado, está politicamente morto e fomos nós que o declarámos com a moção de censura”.

O deputado que venceu Carla Castro e José Cardoso na corrida pela liderança dos liberais, contando com o apoio do antigo presidente, João Cotrim Figueiredo, decretou a morte política do Governo socialista de António Costa e reiterou o objetivo de aumentar a fasquia eleitoral do partido dos 4,9 por cento alcançados nas últimas legislativas para 15%.

O novo líder dos liberais dirigiu-se também diretamente ao presidente do PSD, Luís Montenegro, questionando-o sobre de que lado vai estar na revisão constitucional, se “vai estar do lado da liberdade ou do lado daqueles que querem retirar a liberdade aos portugueses”, criticando confinamentos sem o escrutínio do parlamento ou dos tribunais.

Poucos momentos antes de a sala irromper em clima de festa e apoteose ao som de “People have the power”, de Patti Smith, Rui Rocha prometia, aliás, combater na rua em fevereiro esses objetivos que atribui à revisão constitucional que “PSD e PS se preparam para cozinhar”.

No final de uma reunião muito crispada, Rui Rocha prometeu uma transformação “muito rápida” no partido, dizendo querer prepará-lo para “as batalhas” que quer travar no país.

Apesar das trocas de acusações e do ambiente tenso, Rui Rocha e Carla Castro cumprimentaram-se e a deputada garantiu no domingo que não será oposição ao novo presidente, com quem disse ir colaborar, considerando que o partido sai da convenção “mais forte” e “não vai voltar a ser o mesmo”.

Na primeira vez na sua história em que teve mais do que uma lista à liderança, o novo presidente dos liberais conseguiu 51,7% votos dos membros inscritos, enquanto a lista de Carla Castro teve 44% dos votos, e a de José Cardoso 4,3%.