Líbano diz que Israel prepara nova operação militar no país
Médio Oriente
12 de dez. de 2025, 17:30
— Lusa/AO Online
Em entrevista à televisão qatari
al-Jazeera, Ragi disse que Beirute recebeu alertas dos países ocidentais
e árabes sobre os preparativos do exército israelita para lançar
operações de grande escala no sul do país.Nas
últimas semanas, o Líbano tem sido alvo de um aumento dos
bombardeamentos, apesar de estar em vigor um cessar-fogo acordado depois
de 13 meses de combates com a organização político-militar xiita
Hezbollah, iniciados logo após os ataques do grupo islamita Hamas ao sul
de Israel, a 07 de outubro de 2023.O
ministro reiterou que o Governo libanês está a intensificar os seus
contactos com parceiros internacionais para evitar um conflito aberto e
garantir que as infraestruturas públicas se mantêm a salvo de ataques
israelitas.Beirute continua a trabalhar
para evitar a deterioração da situação, garantiu, afirmando que o
exército anunciará, antes do final do ano, o fim dos seus esforços para
controlar as armas a sul do rio Litani, conforme estipulado no acordo de
cessar-fogo com Israel, que lançou hoje novos ataques aéreos contra o
Líbano.Yousef Ragi sublinhou que Beirute
quer restabelecer o Acordo de Armistício de 1949 e acrescentou que o
principal objetivo é fazer com que Israel cesse os seus ataques, retire
as suas tropas das zonas que atualmente ocupa e liberte os libaneses que
deteve.Além disso, criticou a recusa do
Hezbollah em entregar as suas armas, argumentando que o grupo “não
conseguiu proteger o Líbano, Gaza ou Jerusalém”, e acusou o Irão de
ingerência ao “financiar uma organização ilegal”, numa aparente
referência ao grupo xiita.Israel tem
lançado dezenas de ataques aéreos contra o Líbano, mesmo depois do
cessar-fogo de novembro de 2024, alegando que está a agir contra as
atividades do Hezbollah pelo que não está a violar o pacto.No entanto, tanto Beirute como o Hezbollah têm criticado estas ações, que foram também condenadas pelas Nações Unidas.O
cessar-fogo estipulava que Israel e o Hezbollah deveriam retirar as
suas forças do sul do Líbano, mas Telavive manteve cinco postos
avançados no território vizinho, algo também criticado pelas autoridades
libanesas e pelo grupo xiita, que exigem o fim desse destacamento.