Levantar restrições cedo demais aumenta risco de nova vaga
Covid-19
25 de nov. de 2020, 17:30
— Lusa/AO Online
“O levantamento das
restrições demasiado cedo aumenta o risco de um ressurgimento crescente
do vírus”, avisou o executivo comunitário, em resposta escrita hoje
enviada à agência Lusa.Fonte oficial da
instituição, da área da Saúde pública, acrescentou à Lusa que “é
importante que qualquer flexibilização das restrições não ponha em risco
os progressos alcançados nos últimos meses”, isto numa altura em que
alguns Estados-membros começam a pensar levantar restrições, como
França, e que se fala de como será a época natalícia.Na
passada quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, anunciou que a instituição iria apresentar aos países da União
Europeia (UE) recomendações sobre o levantamento gradual das restrições
adotadas para conter a covid-19, visando evitar uma eventual terceira
vaga em janeiro, após o Natal.“Todos
aprendemos lições com o que ocorreu no verão, [nomeadamente] que o
levantamento das medidas restritivas após uma vaga - neste caso foi
depois da primeira - é bastante complexo e que aliviar essas restrições
demasiado cedo pode ter bastante impacto na situação epidemiológica”,
declarou a responsável.Falando em
conferência de imprensa, em Bruxelas, após um Conselho Europeu por
videoconferência sobre a pandemia de Covid-19, Ursula von der Leyen
vincou que, “desta vez, as expectativas têm de ser melhor geridas”,
razão pela qual a instituição vai “apresentar uma proposta para uma
abordagem gradual e coordenada para o levantamento das medidas de
contenção” na UE.Questionada pela Lusa
sobre tais diretrizes, a fonte oficial do executivo comunitário indicou
que a instituição está a “estudar como pode reforçar a cooperação e
coordenação entre os Estados-membros”.“E em breve definiremos a nossa abordagem recomendada para nos mantermos tão seguros quanto possível”, adiantou a fonte.Até
lá, este porta-voz da Comissão Europeia remete para as recomendações
divulgadas em abril passado, durante a primeira vaga de covid-19, que
aconselhavam ao levantamento das medidas de contenção apenas perante
“uma estabilização significativas da propagação da doença durante um
período prolongado” e quando existem “capacidades suficientes a nível
dos sistemas de saúde” e “capacidades apropriadas de monitorização”.“A
teoria ainda hoje se aplica: embora não exista uma abordagem única para
um levantamento gradual, científico e eficaz das medidas de contenção,
uma forma altamente coordenada de avançar é do interesse comum europeu”,
adiantou a fonte oficial à Lusa.Embora na
primeira vaga de infeções praticamente todos os países da UE tivessem
optado por confinamentos obrigatórios, e consequente encerramento de
estabelecimentos, escolas e suspensão das viagens, nesta segunda vaga as
estratégias adotadas têm vindo a diferir de país para país.A
mais comum tem sido o recolhimento obrigatório durante algumas horas do
dia, ou durante tardes e noites de fins de semana, como em Portugal.Já
em confinamentos totais e obrigatórios entraram França e Irlanda e
algumas cidades gregas, enquanto foram ainda implementados confinamentos
parciais na Alemanha e Bélgica, por exemplo.