Lesados marcam cinco anos da resolução com manifestação no parlamento
Banif
18 de dez. de 2020, 12:27
— Lusa/AO Online
Em
declarações à Lusa, o presidente da Alboa, Jacinto Silva, fez um
balanço do trabalho da entidade, para tentar garantir indemnizações ao
grupo de lesados que representa, reconhecendo que “pouco resultou dessa
pressão, no sentido de reaver parte do dinheiro” que, considera a
entidade, “foi roubado”.Jacinto Silva
deixou críticas ao Banco de Portugal, com quem “nem sequer um diálogo”
diz ter sido possível e recordou as reuniões com o primeiro-ministro,
António Costa.“Conseguimos que ele tivesse
uma postura no sentido de arranjar uma solução” que “obrigou a que
obtivéssemos determinada documentação”, indicou.Há
um ano “foi tornado público o relatório da comissão dos peritos
independentes nomeados pela Ordem dos Advogados”, recordou, sendo que
esse documento concluiu que foram encontrados indícios de práticas
ilícitas na venda dos produtos financeiros e validaram 2.330 pedidos de
lesados do Banif, com um valor dos investimentos em causa de 230 milhões
de euros.Jacinto Silva espera agora que
sejam marcadas mais reuniões com o primeiro-ministro para encontrar uma
solução, tendo em conta que, com a massificação das vacinas, a questão
da pandemia poderá começar a ser resolvida nos próximos meses.Além
disso, “agora que foi aprovado o Orçamento no Estado, esperamos que no
próximo semestre consigamos a reunião para delinear os montantes
envolvidos e pedir ao Governo que nos emita a garantia bancária para
formalizar o fundo de recuperação de créditos e começar a pagar as
indemnizações”, referiu.Em dezembro, faz cinco anos que o Banif foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal.Parte
da atividade bancária do Banif foi então vendida ao Santander Totta por
150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo
Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não
comprou.Continua a existir ainda o Banif
S.A., o designado 'banco mau', no qual ficaram os acionistas e os
obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o
dinheiro investido, e ativos ‘tóxicos’ como o Banif Brasil (há desde
janeiro de 2019 um acordo para a sua venda por um real a uma sociedade
de advogados brasileira).