Leonardo da Vinci pode ter sofrido de défice de atenção e hiperatividade
23 de mai. de 2019, 18:43
— Lusa/AO online
Além de ser uma
possível explicação para o adiamento de ações do artista e inventor, a
Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade pode ainda justificar a
sua criatividade, segundo o investigador Marco Catani, do King's College
London, no Reino Unido."Estou convencido
de que a Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade é a hipótese
mais plausível para explicar a dificuldade de Leonardo em acabar os
projetos", afirmou, citado em comunicado pela instituição britânica.De
acordo com o investigador, "registos históricos revelam que Leonardo
passava imenso tempo a planear projetos, mas tinha falta de
perseverança".A Síndrome de Défice de
Atenção e Hiperatividade é uma perturbação do comportamento que se
caracteriza, nomeadamente, por incapacidade em terminar tarefas,
dispersão de pensamento e inquietação.Apesar
de a doença estar identificada em crianças, o seu diagnóstico tem vindo
a aumentar entre os adultos, incluindo estudantes universitários e
pessoas com carreiras de sucesso, refere o comunicado do King's College
London.Marco Catani espera que o legado de
Leonardo da Vinci possa mudar o estigma associado à Síndrome de Défice
de Atenção e Hiperatividade."O caso de
Leonardo mostra que a Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade não
está ligada a um Quociente de Inteligência baixo ou à falta de
criatividade, mas à dificuldade em capitalizar talentos naturais",
sustentou.O artigo foi divulgado na publicação científica Brain.Leonardo
da Vinci, inventor, artista, engenheiro mecânico e cientista
multifacetado italiano, morreu em 02 de maio de 1519, em Amboise,
França, aos 67 anos.