Leitura do acórdão do ataque à academia marcada para quinta-feira em Monsanto
27 de mai. de 2020, 11:14
— Lusa/AO Online
A informação foi transmitida esta quarta-feira à
agência Lusa pelo Tribunal de Almada, ao qual pertence o julgamento
que, por questões de segurança e de logística, decorreu em Monsanto, com
início em 18 de novembro de 2019.Cerca de
meio ano após o começo do julgamento, durante o qual foram inquiridas
mais de centena e meia de testemunhas, depois de um adiamento devido à
pandemia da Covid-19 e de um despacho de alteração não substancial de
factos, o coletivo de juízes, presidido por Sílvia Pires, agendou para
as 09h30 (menos uma nos Açores) a leitura da decisão.No final da
37.ª sessão, a 13 de março, a juíza presidente alterou as medidas de
coação dos arguidos que ainda se encontravam em prisão domiciliária e a
de Elton Camará (‘Aleluia’), que estava em prisão preventiva. Desde esse
dia que todos os arguidos se encontram em liberdade, com termo de
identidade e residência, apresentações semanais e proibidos de
frequentarem recintos desportivos.O
processo do ataque à Academia - onde a 15 de maio de 2018 jogadores e
equipa técnica do Sporting foram agredidos por adeptos ligados à claque
‘leonina' Juve Leo –, tem 44 arguidos, acusados de coautoria de 40
crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física
qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes)
classificados como terrorismo.Bruno de
Carvalho, Nuno Mendes, conhecido por Mustafá e líder da claque Juventude
Leonina (Juve Leo), e Bruno Jacinto, o oficial de ligação aos adeptos,
estão acusados da autoria moral da invasão.Nas
alegações finais, a procuradora do Ministério Público (MP) pediu a
absolvição de Bruno de Carvalho e dos outros dois arguidos acusados de
autoria moral da invasão à academia – Nuno Mendes (Mustafá) e Bruno
Jacinto - e defendeu penas máximas de cinco anos para a maioria dos
arguidos, considerando ainda não provado o crime de terrorismo.A
procuradora Fernanda Matias, que considerou ter ficado provado que 41
dos 44 arguidos do processo entraram na academia do clube, em 15 de maio
de 2018, pediu penas máximas de cinco anos para 37 destes, suspensas
para os arguidos sem antecedentes criminais, e efetivas para arguidos
com cadastro.A maioria dos advogados foi,
por seu lado, quase unânime nas críticas à acusação elaborada pela
procuradora Cândida Vilar e ao crime de terrorismo de que estão acusados
os 44 arguidos, pedindo penas suspensas.O
advogado de Bruno de Carvalho, presidente do clube à data da invasão,
falou na existência de “mãos invisíveis” na fase de investigação, e
elogiou por diversas vezes o coletivo de juízes e a procuradora do MP.