Lei dá ao primeiro-ministro última palavra no Governo sobre imóveis da Defesa a rentabilizar
30 de jun. de 2023, 12:09
— Lusa/AO Online
A
proposta de Lei de Infraestruturas Militares (LIM) - cuja votação final
global foi adiada a pedido do PS - prevê um total de investimento
até 2034 de cerca de 272 milhões, sendo que nos primeiros quatro anos
(até 2026) o valor é de cerca de 96 milhões.O
texto, que ainda carece de aprovação final na Assembleia da República,
estabelece que “os imóveis a valorizar e a rentabilizar no âmbito da
presente lei, em respeito pelas orientações estratégicas relativas à
gestão integrada do património imobiliário público, são objeto de
despacho do Primeiro-Ministro, ouvidos os membros do Governo
responsáveis pelas áreas da defesa nacional e da gestão do património
imobiliário público”, algo que representa uma novidade face a textos
anteriores. A LIM, tal como a Lei de Programação Militar, tem uma vigência de 12 anos mas é revista a cada quatro anos. Quer
na lei de 2019 como na de 2015, estabelecia-se apenas que “os imóveis a
rentabilizar no âmbito da presente lei constam de despacho dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da defesa nacional”. Outro
dado novo na proposta de lei é o facto de estabelecer que as receitas
de rentabilização de imóveis podem ser afetas à Lei de Programação
Militar (LPM), mas apenas “na parte em que excedam o montante anual de
dotação de despesa previsto” na LIM. A Lei
de Infraestruturas Militares estabelece a programação do investimento
com vista à conservação, manutenção, segurança, sustentabilidade
ambiental, modernização e edificação de infraestruturas das Forças
Armadas, através da aplicação de receitas obtidas pela rentabilização do
património da Defesa Nacional que não tem funções operacionais.O
Exército é o ramo que no qual se prevê um maior investimento da LIM até
2034, que ronda os 101 milhões, seguindo-se a Marinha com 72 milhões e a
Força Aérea com 52 milhões.A votação
final global das propostas de Lei de Programação Militar e de
Infraestruturas Militares, prevista para hoje, foi adiada a pedido do
grupo parlamentar do PS, tendo merecido o acordo de todos os partidos.