‘Lay-off’ ou outros cortes salariais no futebol só em “último recurso”
Covid-19:
1 de abr. de 2020, 14:41
— Lusa/AO Online
“É
fundamental promover o diálogo com a Liga e a Federação Portuguesa de
Futebol (FPF), na alçada das suas competições, para encontrar soluções
que tornem o ‘lay-off’, ou qualquer outro mecanismo que vise a redução
salarial dos jogadores, o último recurso”, afirmou Joaquim Evangelista,
em declarações à agência Lusa.O presidente
do SJPF alertou para a necessidade de proteger “em especial os
jogadores e clubes em situação de maior fragilidade”, temendo por
“muitos postos de trabalho” nos próximos meses.Sobre
o mecanismo de ‘lay-off’ simplificado, criado pelo Governo para as
empresas fazerem face à pandemia de covid-19, o dirigente considerou que
não estão “verificados os pressupostos financeiros para recurso a este
expediente legal” no futebol português.“Só se aceitará o recurso cumpridos todos os pressupostos legais”, garantiu.Para
o sindicalista, o recurso ao ‘lay-off’ não pode ser analisado em função
do tempo de paragem das competições, mas em função “das quebras nas
receitas e dos recursos financeiros que sustentam a atividade dos
clubes”.Como soluções antes do ‘último
recurso’, o SJPF defendeu a redução dos prémios de seguro ou a criação
de um fundo de emergência através das receitas do imposto sobre os jogos
e apostas.“Achamos, por exemplo, que não
há nenhum motivo para que não se baixem os prémios de seguro, que
representam um encargo muito significativo para os clubes, quando neste
período o risco de lesão é muito mais reduzido, ou analisar as receitas
que provêm do imposto sobre os jogos e apostas e perceber como podem ser
canalizadas para responder, através de um fundo de emergência”,
referiu.Evangelista lembrou que “há muita coisa a debater antes de afetar salários” dos jogadores.