Lançamento do primeiro satélite dos ventos, com 'cunho' português, adiado para quarta-feira
21 de ago. de 2018, 17:55
— Lusa/AO Online
Previsto
inicialmente para esta terça-feira, o lançamento do satélite europeu Éolo será
feito na quarta-feira às 21h20 GMT (22h20 em Lisboa, menos uma nos Açores) da base de Kourou
num foguetão Vega, da Arianespace.Em
comunicado publicado no seu portal, a empresa
aeroespacial justifica o adiamento com as "condições meteorológicas
desfavoráveis no centro espacial" da Guiana Francesa. Na
página na internet da Agência Espacial Europeia (ESA), gestora do
satélite, a data de lançamento foi atualizada sem qualquer
justificação.O
satélite, que leva equipamentos fabricados pelas empresas aeroespaciais
portuguesas LusoSpace e Omnidea, vai permitir aos cientistas obterem
informações sobre a velocidade do vento quase em tempo real, ao descer
aos 30 quilómetros mais baixos da atmosfera terrestre.A
LusoSpace esteve na origem de dois magnetómetros (instrumentos com os
quais é possível mapear o campo magnético da Terra), enquanto a Omnidea
produziu e testou as válvulas que asseguram a limpeza da componente
ótica do Aladin, o principal instrumento do Éolo, que tem um telescópio e
um 'laser doppler'.Segundo
a ESA, o satélite, que tem o nome do guardião dos ventos da mitologia
grega, dispõe de tecnologia 'laser' de ponta que possibilitará a medição
dos ventos terrestres e obter informações sobre as nuvens.O
aparelho irá disparar pulsos de luz ultravioleta (invisível) na
atmosfera da Terra, um método considerado inovador para estabelecer o
perfil de ventos a partir do espaço. Os
dados recolhidos vão, de acordo com a ESA, melhorar a compreensão de
como a atmosfera funciona, contribuir para a investigação sobre as
alterações climáticas e ajudar na previsão meteorológica de fenómenos
extremos como furacões ou o El Niño.A
informação registada poderá ainda ser utilizada em modelos de qualidade
do ar para melhorar as previsões de poeiras e outras partículas
transportadas pelo ar que afetam a saúde pública.Atualmente,
a informação sobre os ventos é obtida a partir de balões
meteorológicos, instrumentos em terra, aeronaves, rastreamento do
movimento das nuvens e instrumentos de satélite que medem o vento
próximo da superfície dos oceanos.