Lançada bibliografia geral dos Açores com 19500 verbetes
25 de nov. de 2017, 12:12
— Lusa/AO online
São
cerca de 19500 entradas em dois volumes com cerca de 800 páginas cada,
tentando abranger todas as obras de que tivemos conhecimento [sobre os
Açores], entre 1500 e os dias de hoje ”, declarou à agência Lusa Chrys
Chrystello, autor da publicação, que considerou esta como uma "obra
infindável"."O
projeto, que se denomina "Bibliografia geral da açorianidade", contou
com o apoio na definição da metodologia de João Paulo Constância, do
Instituto Cultural de Ponta Delgada, e Rolf Kemmler, colaborador da
Academia de Ciências de Lisboa.O
termo açorianidade, de acordo com a Enciclopédia Açoriana, “exprime a
condição histórica, geográfica, social e humana do ser açoriano”, tendo
sido criado pelo escritor Vitorino Nemésio, inspirado no vocábulo de
'hispanidad', de Miguel de Unamuno.
O também responsável pela Associação Internacional dos Colóquios da
Lusofonia referiu que a publicação “abrange todas as áreas do
conhecimento como a biologia, vulcanologia e literatura, entre outras,
abarcando-se tudo o que foi possível alcançar, completando-se também
trabalhos anteriores”.Chrys
Chrystello declarou que a obra possui uma dinâmica que se traduzirá na
sua atualização ao longo dos anos e considerou que o leitor que for
confrontado com os dois volumes irá encontrar vários autores locais,
outros que optaram por viver no arquipélago e, ainda, elementos de
outras nacionalidades que escreveram sobre os Açores, os açorianos e
temáticas relacionadas com o arquipélago.O
responsável pela Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia
considerou que os especialistas afirmaram que esta obra é “absolutamente
essencial para qualquer pessoa que queira saber algo sobre a
açorianidade”, possuindo uma coleção “bastante exaustiva de mapas dos
Açores desde 1300”.De
acordo com Chrys Chrystello, os escritos mais remotos datam do século
XVI, havendo entradas anteriores ao historiador açoriano Gaspar
Frutuoso, com discrições de viagens ao arquipélago e dos mapas que são
incluídos na obra, a par dos portulanos, cartas náuticas, atlas e
gravuras.O
trabalho de recolha começou em 2009, com a edição dos "Cadernos
açorianos", disponíveis 'online', tendo arrancado com a cedência, por
parte do professor universitário Urbano Bettencourt, do material que
detinha na Universidade dos Açores, que resultou em cerca de 700
entradas, vindo estas a aumentar, posteriormente.“Nunca
se pensou em fazer um livro, mas como tinha necessidade de mencionar,
para alguns trabalhos, alguns dados, o projeto começou a aumentar,
ficando com esta dimensão", concluiu.