Lajes: Entidade reguladora da água pede esclarecimentos à Força Aérea Portuguesa
23 de mar. de 2018, 12:51
— Lusa/AO online
A
medida surge na sequência de uma notícia do jornal Expresso citando um
relatório da Força Aérea norte-americana, que deteta valores de produtos
químicos e metais pesados acima dos limites permitidos na água
fornecida na base das Lajes.O
jornal revela ainda emails da Força Aérea Portuguesa (FAP) a recomendar
que os militares e os funcionários portugueses da base das Lajes não
consumissem água sem a ferver, por se encontrar “imprópria para
consumo”.Segundo
a ERSARA, a rede de abastecimento de água que serve a Base Aérea n.º 4 é
uma “rede privativa”, independente da rede pública, por isso “a
responsabilidade pela sua gestão e pela monitorização da qualidade da
respetiva água recai sobre as autoridades militares, nacionais ou
estrangeiras”, e as entidades que gerem a rede pública "não têm qualquer
competência ou jurisdição" nesta matéria.No
entanto, essa rede continua a abastecer o Bairro de Santa Rita,
construído na década de 1950 pela Força Aérea norte-americana, junto à
base das Lajes, cujas casas foram vendidas a civis, por isso, a entidade
decidiu pedir esclarecimentos à FAP. “Tendo
em conta a notícia publicada e a situação particular de abastecimento
de água ao Bairro de Santa Rita, na Praia da Vitória, a ERSARA
solicitará ainda hoje e com caráter de urgência informações ao comando
da Base Aérea n.º 4, Lajes, sobre as medidas tomadas ou a tomar por essa
entidade para salvaguarda das condições de fornecimento dessa água”,
revelou, numa nota do Gabinete de Apoio à Comunicação Social do Governo
Regional. A
Força Aérea norte-americana identificou em 2005 a contaminação de solos e
aquíferos na ilha Terceira, provocada pela atividade militar na base
das Lajes, o que foi confirmado, em 2009, pelo Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC), que detetou 41 locais contaminados.No
entanto, o município da Praia da Vitória, a ERSARA e o LNEC, que
monitoriza a contaminação, sempre asseguraram que a água para consumo
humano não teve contaminação. “A
água da rede pública de abastecimento ao concelho da Praia da Vitória
está conforme os parâmetros que legalmente a consideram como própria e
adequada para consumo humano”, reafirmou hoje a ERSARA.