Lagoa discorda mas vai cumprir recomendação do TdC
18 de mai. de 2021, 10:24
— Ana Carvalho Melo
Em nota enviada à comunicação social, a Câmara
Municipal da Lagoa revelou que o TdC recomendou ao Município, no âmbito
de uma auditoria ao Tecnoparque da Lagoa, que os valores a pagar, a
título de arrendamento, pelo Município à empresa Portas da Lagoa, S.A.,
passem a ser considerados um passivo financeiro, por força da passagem
do sistema contabilístico do Plano Oficial de Contabilidade das
Autarquias Locais (POCAL) para o Sistema de Normalização Contabilística
para administrações públicas (SNC-AP). Acrescenta que não concorda
com esta conclusão do TdC, por “entender que não tem fundamento, seja do
ponto de vista factual, seja do ponto de vista jurídico, e, por isso,
apresentou, na devida altura, o seu contraditório”. “Embora não
concordando com os pressupostos e conclusões do relatório, considerando
que a situação financeira do município é saudável e não será necessário,
por isso, aderir aos mecanismos de recuperação financeira municipal”, a
autarquia revela que “irá proceder ao reconhecimento na prestação de
contas de 2020 das responsabilidades financeiras do contrato de
arrendamento em causa como passivo financeiro”. “Desta operação, não
decorrerá qualquer consequência para os cidadãos lagoenses,
particularmente, porque não irá advir qualquer aumento de carga fiscal
municipal”, é explicado na mesma nota.A Câmara revela ainda que “não
se perspetiva o acolhimento da recomendação deixada pelo TdC para o
Município, se preencher os respetivos pressupostos, de aderir aos
mecanismos de recuperação financeira municipal, de acordo com o RFALEI
(Regime Financeiro das Autarquias Locais e Entidades Intermunicipais),
uma vez que a dívida total não ultrapassa 2,25 vezes a média da receita
corrente líquida cobrada nos três exercícios anteriores”.Nesse
sentido afirma que “não faria sentido o município contrair, no âmbito
dos mecanismos de recuperação financeira municipal, um novo empréstimo
para fazer face aos compromissos que a Câmara, por si só, consegue
assumir. A prova disso é que não existem pagamentos em atraso a
fornecedores, nunca se deixou de pagar um único empréstimo à banca, não
foram solicitados adiamentos de pagamentos e as próprias rendas do
Tecnoparque sempre foram pagas atempadamente. Tal medida só se
aplicaria, assim, se o Município não tivesse capacidade financeira para
assumir os seus compromissos, o que não é, claramente, o caso”.