Lacerda Sales recusa dispensa do uso de máscara para vacinados
Covid-19
17 de mai. de 2021, 18:00
— Lusa/AO Online
“Tomámos
a decisão de, mesmo após vacinação, manter a máscara, manter
distanciamento e, portanto, manter as diretrizes da Direção-Geral da
Saúde (DGS)”, afirmou António Lacerda Sales, nas Caldas da Rainha,
considerando não haver “ainda robustez científica naquilo que é a
possibilidade de transmissibilidade [do vírus], nomeadamente nos
assintomáticos”.Os Estados Unidos
anunciaram na quinta-feira que vão acabar com a obrigatoriedade do uso
de máscaras faciais para pessoas vacinadas, incluindo em alguns
ambientes fechados, devido à evolução favorável do combate à pandemia de Covid-19.Os Centros de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) reviram as suas orientações para pessoas
totalmente vacinadas, permitindo que estas deixem de usar máscaras ao ar
livre, em multidões, e na maioria dos ambientes fechados, apesar de o
seu uso ser ainda exigido em ambientes fechados lotados, como
autocarros, aviões, hospitais ou prisões.Questionado
pela Agência Lusa o secretário de Estado sublinhou que, após
vacinação “o que há de robustez em termos científicos é que há uma
imunogenicidade, por assim dizer, contra doença grave”. Mas, afirmou, o
país não tem ainda “definição quanto a esse processo”, de a máscara
poder vir a ser dispensada após vacinação.“Bem
pelo contrário”, o que o Governo recomenda é que “se mantenha o
distanciamento, que se mantenha a máscara”, indicações que para Lacerda
Sales serão “as indicações nos próximos tempos”, embora com a
evolução dos conhecimentos científicos em relação à covid-19, os
procedimentos “possam vir a ser adaptados e adequados a novas normas”.António
Lacerda Sales falava nas Caldas da Rainha, à margem das comemorações do
dia da cidade, a que hoje presidiu, num dia dedicado ao termalismo e
aos cuidados de saúde primários.Assinalando
a reabertura do Hospital Termal Rainha D. Leonor, onde os tratamentos
das vias respiratórias foram hoje retomados, depois de uma suspensão de
quatro meses, devido à pandemia, o secretário de Estado sublinhou a
importância da portaria publicada na sexta-feira que estabelece, para
2021, uma comparticipação de 35% até ao limite de 95 euros para os
tratamentos termais prescritos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).“Esta
comparticipação dá um novo alento às termas, que não são só um
complemento às necessidades da saúde”, afirmou, vincando que a portaria
foi alterada em parceria com a Secretaria de Estado do Turismo, “num bom
exemplo de cooperação intersetorial dentro do Governo”.A
passagem do governante por Caldas da Rainha ficou ainda marcada pela
inauguração do novo Centro de Saúde de Santo Onofre, um investimento
superior a 1,8 milhões de euros para servir 15.200 utentes.“A
curto prazo queremos garantir que todos os portugueses têm acesso a
médico de família”, disse o secretário de Estado, lembrando que em 2020 o
Governo reforçou os cuidados de saúde primários em 427 médicos
especialistas em medicina geral e familiar, o que “permitiu atribuir
médico de família a mais 215 mil pessoas”.De
acordo com Lacerda Sales, o SNS prevê a integração de mais 2.400
profissionais, entre os quais 1.300 para os cuidados primários.Num
balanço do ajuste feito pelos profissionais de saúde à pandemia de
covid-19, o secretário de Estado sublinhou terem sido realizadas nos
cuidados de saúde primários, entre janeiro e março, mais 1,5 milhões de
consultas, o que representa uma subida de 19% em relação ao mesmo
período de 2020. No que respeita aos
cuidados hospitalares registaram-se mais 22 mil consultas do que no
período homólogo de 2020 e, em contrapartida, realizaram-se menos 9.900
cirurgias programadas, “razão pela qual estão agora constituídos
incentivos aos profissionais para a realização adicional de consultas e
cirurgias” para recuperar aquelas que foram adiadas por força da
pandemia, explicou.Num momento em que “a
palavra de ordem é recuperar”, Lacerda Sales lembrou ainda que dos cerca
de 5.800 doentes com patologia oncológica que a 31 de dezembro de 2020
aguardavam cirurgia, “cerca de 70%” já foram recuperados, entre janeiro e
março deste ano, com a operação de cerca de quatro mil doentes.