Kremlin diz que dificuldades no fornecimento de gás se devem a sanções ocidentais

21 de jul. de 2022, 11:48 — Lusa/AO Online

"As dificuldades tecnológicas relacionadas [com o fornecimento] ocorrem devido às restrições que os próprios Estados europeus introduziram", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.Segundo o porta-voz da Presidência russa, “são estas restrições que não permitem a reparação de equipamentos, incluindo turbinas que operam em estações de compressão” do gasoduto Nord Stream 1."E são essas restrições que levam atualmente algumas unidades a não receberem o reparo necessário", afirmou Peskov.Segundo o Kremlin, a empresa de gás russa Gazprom está pronta para cumprir todas as suas obrigações, como disse recentemente o Presidente russo, Vladimir Putin.A Gazprom interrompeu os fornecimentos na semana passada para realizar trabalhos de manutenção.O operador do gasoduto Nord Stream 1 concluiu hoje "com sucesso" os trabalhos de manutenção planeados na infraestrutura de gás, que transporta gás russo diretamente para a Alemanha sob o Mar Báltico."A Nord Stream AG concluiu com sucesso todos os trabalhos de manutenção planeados nas duas vertentes dentro do período estabelecido. O envio de gás foi retomado em 21 de julho", disse a empresa, com sede na Suíça, num breve comunicado.Antes de iniciar a manutenção anual do gasoduto em 11 de julho, o Nord Stream 1 fornecia 67 milhões de metros cúbicos de gás por dia, correspondendo a 40 por cento da sua capacidade.Tinha reduzido o fornecimento em dois lotes, primeiro em 40% e depois em 33%, devido a problemas com equipamentos de bombeamento reparados e falhas técnicas nos motores.A Rússia indicou que, por todas essas razões, apenas duas turbinas funcionam atualmente na estação de compressão de Portovaya, na região de Leningrado.Moscovo alertou na terça-feira que novos problemas podem surgir já na próxima semana se um motor que estava em reparo na fábrica da Siemens no Canadá não for devolvido a tempo.Assim, apenas uma turbina permaneceria em operação, o que obrigaria a redução da vazão pela metade antes da manutenção, ou seja, cerca de 30 milhões ou 33 milhões de metros cúbicos por dia.