Kremlin acusa Ocidente de ajudar Kiev a preparar incursão em solo russo
Ucrânia
16 de ago. de 2024, 11:36
— Lusa/AO Online
“A operação na região de
Kursk (…) foi planeada com a participação da NATO e dos serviços de
informação ocidentais”, disse Patrushev numa entrevista ao jornal
Izvestia.Segundo Patrushev, os países da
Aliança Atlântica ajudaram Kiev com armas, instrutores militares e
fornecem constantemente informações.O
conselheiro rejeitou também as declarações de Washington de que os
Estados Unidos da América (EUA) não estão ligados à incursão na região
fronteiriça russa, que começou a 06 de agosto e onde Kiev, segundo o seu
comando militar, controla mais de 1.100 quilómetros quadrados.“Os
EUA dizem sempre uma coisa e fazem outra. Sem a sua participação e sem o
seu apoio direto, Kiev não arriscaria a entrar em território russo”,
argumentou Patrushev.Entretanto, em
declarações à agência russa RIA Novosti, o deputado russo Mikhail
Sheremet defendeu que o mundo está agora à beira de uma nova guerra
mundial."Tendo em conta a presença de
equipamento militar ocidental, a utilização de munições e mísseis
ocidentais em ataques a infraestruturas civis e as provas irrefutáveis
da participação maciça de estrangeiros no ataque ao território russo,
pode-se concluir que o mundo está à beira de uma terceira guerra
mundial", afirmou o deputado russo.O Exército ucraniano mostrou pela primeira vez imagens do início da sua incursão na região russa de Kursk.Os
meios de comunicação ucranianos citaram dois vídeos divulgados na rede
social Facebook pelo Comando das Forças de Assalto Aerotransportadas das
Forças Armadas da Ucrânia nos quais se observam as primeiras horas da
ofensiva ucraniana em Kursk.Nas imagens
podem ver-se soldados ucranianos a realizar trabalhos de desminagem,
destruindo linhas defensivas e postos fronteiriços russos, atacando com
artilharia e blindados, bem como capturando soldados inimigos, entre
outras coisas, segundo relataram os ‘media’ ucranianos, citados pelas
agências internacionais.O jornal Ukrainska
Pravda também recolheu um outro vídeo divulgado no Facebook da 80.ª
Brigada de Assalto Aerotransportada da Ucrânia, que mostra a destruição
pelos militares ucranianos de um posto fronteiriço onde foram capturados
50 soldados russos, que se renderam antes do ataque das tropas
ucranianas em Sukha.Na passada
segunda-feira, o governador em exercício de Kursk, Alexei Smirnov,
garantiu que cerca de 121 mil pessoas já tinham sido retiradas das zonas
fronteiriças com a Ucrânia e outras 60 mil seriam transferidas
posteriormente para locais mais seguros.Smirnov
afirmou ainda que as forças ucranianas controlavam 28 cidades no
território de Kursk, onde vivem cerca de 2.000 pessoas, cujo destino é
desconhecido até ao momento.Entretanto, o comando militar ucraniano assegura que já tomou 82 localidades russas no âmbito desta ofensiva surpresa.O Ministério da Defesa russo informou que as suas tropas tinham
destruído dois lançadores de mísseis HIMARS, perto da cidade ucraniana
de Miropillya, na fronteira com a região russa de Kursk.“Dois
ataques com ‘rockets’ foram realizados contra posições camufladas de
lançadores americanos HIMARS”, referiu o relatório militar russo
publicado na rede social Telegram.A
Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados
ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de fevereiro de
2022.Os aliados de Kiev também têm
decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar
diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na
Ucrânia.