Kiev e Moscovo elaboram esboço com 15 pontos para um acordo de paz
Ucrânia
16 de mar. de 2022, 17:52
— Lusa/AO Online
A notícia avançada pelo diário britânico cita três fontes implicadas nas negociações em curso entre Kiev e Moscovo.O
jornal, citado pelas agências internacionais, refere que as missões dos
dois países abordaram na segunda-feira este projeto de acordo.De
acordo com o Financial Times, o Kremlin exige o compromisso de
neutralidade da Ucrânia e a renúncia à pretensão de integrar a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).Moscovo
também impõe a Kiev que rejeite instalações militares de outros países
em território ucraniano com a finalidade de receber proteção de países,
como, por exemplo, os Estados Unidos da América (EUA) ou a Turquia, que
são Estados-membros da NATO.O mesmo plano
de 15 pontos prevê a manutenção das Forças Armadas ucranianas, mas à
margem de alianças militares com outros países.O
respeito por estas exigências é colocado como condição para um
cessar-fogo imediato e a retirada dos militares da Rússia dos
territórios que estão ocupados. Já a
Ucrânia reivindica um modelo de neutralidade próprio e diferente dos
existentes na Suécia e na Áustria, e abre a porta ao fim da intenção de
pertencer à NATO.Kiev também tem de
concordar com a proteção da língua russa na Ucrânia, que ainda é
utilizada em grandes porções do país, apesar de o ucraniano ser
considerado a única língua oficial.O
Financial Times diz que os negociadores ucranianos também concordaram
com uma discussão em separado sobre o estatuto da península da Crimeia,
anexada pela Rússia em 2014, e dos territórios no Donbass (leste da
Ucrânia).Na rede social Twitter, Mykhailo
Podolyak, conselheiro do chefe de gabinete do Presidente da Ucrânia,
referiu que o esboço sobre o qual o Financial Times escreveu apenas
contempla as exigências do lado de Moscovo.“O
lado ucraniano tem as suas próprias posições. A única coisa que podemos
confirmar nesta altura é um cessar-fogo, a retirada das tropas russas e
as garantias de segurança de vários países”, acrescentou.