Kiev diz que caminho euro-atlântico é "prioridade incondicional" para o país
Ucrânia
14 de fev. de 2022, 11:44
— Lusa/AO Online
Sergii
Nykyforov, porta-voz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse
à agência de notícias ucraniana UNIAN que "o caminho euro-atlântico
continua a ser uma prioridade incondicional" para a Ucrânia."Este
caminho não só está consagrado na Constituição, como também foi adotado
com o pleno consentimento do Governo e da sociedade", sublinhou.Em declarações à estação pública britânica BBC, o embaixador
ucraniano em Londres, Vadym Prystaiko, indicou que o seu país seria
"flexível" quanto ao seu objetivo de ingressar na Aliança Atlântica,
sublinhando que a Ucrânia é um país "responsável", após o Presidente
russo, Vladimir Putin, ameaçar entrar num conflito armado."Podemos
(não aderir), especialmente a ser ameaçados assim, intimidados assim",
disse Prystaiko, quando questionado se Kiev mudaria a sua posição de
integrar a NATO.Sergii Nykyforov enfatizou
que o embaixador usou a palavra "flexibilidade" e que este deve ter a
oportunidade de explicar o que quis dizer antes de serem retiradas
conclusões, especialmente por serem declarações tão “sonantes”,
nomeadamente sobre um potencial abandono por parte da Ucrânia do caminho
euro-atlântico.Por sua vez, o porta-voz
do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko,
disse à UNIAN que as palavras do embaixador "foram retiradas do
contexto".Nikolenko disse que Prystaiko
mencionou o facto de que as perspetivas de adesão da Ucrânia à NATO
estão consagradas na Constituição, mas que a Ucrânia ainda não é membro
da Aliança Atlântica ou de qualquer outra aliança de segurança.Prystaiko,
segundo o porta-voz da diplomacia ucraniana, destacou que a ameaça à
Ucrânia está presente "aqui e agora" e, como tal, a procura de uma
resposta para a questão da segurança tornou-se uma tarefa urgente e
fundamental para o país."É claro que, pelo
bem da paz e para salvar a vida dos nossos cidadãos, a Ucrânia está
pronta para entrar em qualquer formato de diálogo com países e
organizações internacionais", disse ainda o porta-voz.A
tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a
Rússia ter estacionado mais de 100.000 soldados perto da fronteira
ucraniana, o que fez disparar alarmes na Ucrânia e no Ocidente, que
denunciou os preparativos para uma invasão daquela ex-república
soviética.Em dezembro, a Rússia exigiu
garantias de segurança por parte dos Estados Unidos e da NATO para
impedir que a Aliança Atlântica se expandisse mais para o leste e
estacionasse armas ofensivas perto de suas fronteiras.Moscovo
escreveu recentemente uma carta a todos os países membros da NATO e da
Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pedindo-lhes
que se posicionassem sobre o que entendem por segurança indivisível na
Europa.Apesar dos esforços diplomáticos, a diminuição da escalada militar e da tensão não foi alcançada até agora.A
Rússia alega que tem o direito soberano de estacionar tropas em
qualquer lugar de seu território e, por sua vez, denuncia o fornecimento
massivo de armas à Ucrânia pelo Ocidente.