Justiça quer interrogar Mike Pence sobre atuação de Trump nas eleições de 2020
24 de nov. de 2022, 13:20
— Lusa/AO Online
Pence está a considerar este pedido para testemunhar, segundo relataram várias fontes citadas pelo New York Times e CNN.O
procurador-geral dos EUA nomeou na semana passada um procurador
especial para supervisionar as investigações que recaem sobre o
ex-presidente norte-americano, decisão divulgada três dias depois de
Trump ter anunciado a sua candidatura à Casa Branca.Este
procurador especial supervisiona agora duas investigações separadas
realizadas durante meses pelo sistema de justiça federal.A
primeira investigação concentra-se nos esforços de Donald Trump para
contestar a sua derrota nas presidências de 2020 e até no ataque
protagonizado pelos seus apoiantes ao Capitólio dos EUA, em 06 de
janeiro de 2021, numa tentativa de impedir a certificação da vitória
eleitoral do democrata Joe Biden.A segunda recai sobre a presença de documentos confidenciais na residência do magnata republicano na Florida.No
entanto, Jack Smith, ex-procurador baseado em Haia, no Tribunal
Especial para o Kosovo, que foi nomeado como procurador especial, será
responsável apenas por emitir uma recomendação sobre se Trump deve ou
não ser indiciado, cabendo ao procurador-geral tomar a decisão final.O
pedido da Justiça norte-americana para que Mike Pence testemunhe, que
ainda não foi oficialmente formalizado, é anterior à nomeação do
procurador especial, adianta o New York Times.Trump pressionou publicamente Pence a não certificar em 06 de janeiro de 2021 os resultados da eleição. Estas
ações foram denunciadas por Mike Pence como “irresponsáveis”, embora o
ex-vice-Presidente se tenha recusado a ser ouvido perante a comissão de
investigação da Câmara dos Representantes sobre o ataque ao Capitólio.O
New York Times acrescenta que Pence, apontado como um potencial
candidato às presidenciais de 2024, pode considerar depor por se tratar
de uma investigação criminal.Trump pode
tentar impedir este depoimento invocando o “privilégio executivo”, que
permite que certas informações não possam ser divulgadas sem a sua
permissão, tal como tentou fazer com outras figuras chamadas a depor na
investigação federal.