Justiça indiana condena à morte cinco homens por ataques em 2006

30 de set. de 2015, 12:37 — Lusa/AO online

  O tribunal especial condenou mais sete réus a prisão perpétua por cumplicidade nos ataques na capital financeira indiana, disse o advogado de defesa aos jornalistas. Os 12 homens foram condenados por homicídio, conspiração e guerra contra o país na sequência dos ataques coordenados que mataram 189 pessoas e feriram mais de 800. O advogado de defesa Wahab Khan afirmou que todos vão recorrer do veredito. "Ainda acreditamos que eles foram incriminados e o tribunal baseou-se em confissões e não em provas", disse aos jornalistas no exterior do tribunal. As bombas foram metidas em panelas de pressão, colocadas em sacos e escondidas sob jornais e chapéus-de-chuva nos comboios. As sete explosões ocorreram em comboios suburbanos durante a hora de mais movimento ao fim do dia, em 11 de julho de 2006. "Muitas famílias perderam o seu ganha-pão naquele dia e este julgamento transmite um pouco de conforto", disse Mahendra Pitale, que perdeu a mão esquerda numa das explosões. Ao todo, a polícia acusou 300 pessoas dos ataques, incluindo 13 cidadãos paquistaneses, que juntamente com quatro suspeitos indianos ainda não foram detidos. Os procuradores acusaram o movimento extremista Lashkar-e-Taiba, com base no Paquistão, de ter orquestrado os ataques, embora a reivindicação tenha sido feita por um grupo pouco conhecido, o Lashkar-e-Qahhar. Ao longo de nove anos de julgamento, o tribunal ouviu quase 250 testemunhas. Os condenados podem recorrer ao tribunal de recurso de Bombaim e ao Supremo Tribunal indiano. Caso os recursos sejam negados podem apelar para o presidente da Índia. O Supremo Tribunal determinou já que a pena capital só deve ser aplicada em casos "muito excecionais".