Justiça brasileira retira passaporte e impede Lula da Silva de sair do país
26 de jan. de 2018, 09:39
— Lusa/AO Online
A
decisão, já comunicada à Polícia Federal, que tem a responsabilidade de
controlar os aeroportos, foi tomada algumas horas antes da viagem do
antigo chefe de estado à Etiópia, para participar numa conferência da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura."O
diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, comunicou por
telefone na noite de hoje ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, a
decisão da Justiça Federal de impedir que o ex-Presidente saía do país",
refere o Ministério da Justiça brasileiro em comunicado.De
acordo com a mesma fonte, o ministro pediu ao diretor da Polícia
Federal que informasse Lula da decisão na sua residência, para evitar
situações embaraçosas.A
ordem de retenção de passaporte foi emitida pelo juiz em Brasília que
está a investigar as acusações contra Lula da Silva por suposto tráfico
de influências no processo que culminou com a decisão do Governo
brasileiro de adquirir 36 bombardeiros da empresa sueca Saab.Este
é um dos sete processos judiciais que o ex-Presidente enfrenta, na sua
maioria por alegados casos de corrupção, tendo sido condenado na
quarta-feira em segunda instância em um desses processos.Um
coletivo de três juízes confirmou na quarta-feira, por unanimidade, a
condenação do ex-Presidente Lula da Silva, por corrupção e branqueamento
de capitais, num julgamento em Porto Alegre, aumentando a pena para 12
anos e um mês de prisão.O
primeiro foi o desembargador federal João Pedro Gerbran Neto, e o
segundo foi o juiz Leandro Paulsen, revisor do processo, que também deu
como comprovado o pagamento de suborno a Lula da Silva, em forma de um
apartamento triplex no Guarujá, em troca do favorecimento da OAS em
contratos na petrolífera estatal Petrobras.Por
último, o magistrado Victor Laus confirmou também a condenação do
ex-Presidente em 1.ª instância, considerando que Lula da Silva tirou
“proveito desta situação” de corrupção da Petrobras, sendo uma atitude
que não é a esperada de um Presidente.O
juiz federal Sérgio Moro, em 1.ª instância, deu como provado que a
construtora brasileira OAS entregou a Lula da Silva um apartamento no
Guarujá, em São Paulo, em troca de favorecimento em contratos com a
Petrobras, condenando o ex-Presidente a nove anos e meio de prisão em
julho de 2017.