Justiça belga investiga alegada violência policial contra eurodeputada negra
23 de jun. de 2020, 17:45
— Lusa/AO online
No passado
dia 16 de junho, a eurodeputada da bancada dos Verdes europeus Pierrette
Herzberger-Fofana, de 71 anos, presenciou uma alegada situação de
assédio, por parte de nove polícias, para com dois jovens negros na
Bélgica, tendo registado o caso com imagens gravadas no seu telemóvel.Porém,
apercebendo-se de que estavam a ser gravados, os polícias
aproximaram-se da eurodeputada alemã e maltrataram-na, segundo relatos
da própria.“Os polícias vieram ter comigo,
tiraram-me o telefone e quatro dos nove agentes, que estavam armados,
empurraram-me brutalmente contra a parede. Levaram a minha mala, […]
abriram-me as pernas e trataram-me de uma forma humilhante”, denunciou a
eleita da Aliança Livre Europeia.Pierrette
Herzberger-Fofana lamentou, ainda, que os polícias não tenham
acreditado quando ela lhes disse que era eurodeputada, mesmo após
mostrar o seu cartão de identificação.Dada
esta situação, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli,
escreveu à primeira-ministra belga, Sophie Wilmès, exortando a “ação”
sobre este caso.Na resposta hoje enviada a
David Sassoli, Sophie Wilmès indica que a polícia belga já tinha
conhecimento do incidente, que tinha sido denunciado pela eurodeputada,
pelo que o Ministério Público Federal já tinha dado início a um
inquérito judicial.“Os factos mencionados
merecem, de facto, que este caso seja devidamente investigado. Isto irá
esclarecer a situação”, adiantou Sophie Wilmès na resposta.A
situação é conhecida numa altura de onda de protestos e de
solidariedade devido ao assassinato de um afro-americano, nos Estados
Unidos, num caso de violência policial e de racismo.