Julgamento dos atentados contra a Charlie Hebdo começaram esta quarta-feira em Paris
2 de set. de 2020, 10:50
— Lusa/AO Online
"Não
temos medo nem do terrorismo nem da liberdade" disse Richard Malka,
advogado da revista Charlie Hebdo antes de entrar na sala."No fundo, o espírito da revista Charlie é este: não renunciar às nossas liberdades", acrescentou.Para
além do ataque ao Charlie Hebdo levado a cabo pelos irmãos Kouachi e no
qual morreram 12 pessoas, estão também em causa os ataques perpetrados
por Amedy Coulibaly: a morte de uma polícia em Montrouge, nos arredores
da capital, e a morte de outras quatro pessoas num supermercado, também
nos arredores de Paris.Os irmãos Kouachi como Coulibaly, que terão coordenado os seus ataques, foram mortos pela polícia após os seus atentados.Os
14 acusados, três dos quais vão ser julgados à revelia, estão
processados pelo apoio logístico que forneceram aos irmãos Said e Chérif
Kouachi e a Améddy Coulibaly, autores dos ataques contra a revista e
que iniciaram uma onda de atentados extremistas em França. Este julgamento, considerado histórico pela justiça francesa deve terminar no dia 10 de novembro. Os
acusados entraram na sala do Tribunal Especial de Paris às 08:00 onde
estão presentes antigos funcionários e colaboradores da revista Charlie
Hebdo, entre os quais o jornalista Laurent Léger.Os réus encontram-se encerrados numa cela de vidro especial guardada por polícias. Para
assinalar o início do julgamento, a revista voltou a publicar as mesmas
caricaturas do profeta Maomé que fizeram da publicação um alvo
dos extremistas islâmicos, em 2015. O
atentado contra a redação da revista e os ataques que se seguiram
ocorreram entre os dias 07 e 09 de janeiro de 2015 e provocaram a morte a
17 pessoas. Os três acusados que vão ser
julgados à revelia são Hayat Boudemeddien e os irmãos Belhoucine que
supostamente se refugiaram na região entre o Iraque e a Síria logo após
os atentados.