Julgamento do ataque à academia começa hoje no Tribunal de Monsanto
Sporting
18 de nov. de 2019, 10:01
— Lusa/AO Online
O
processo pertence ao Tribunal de Almada, mas por “questões de logística
e de segurança” realiza-se em Monsanto, em Lisboa, explicou
anteriormente à agência Lusa fonte judicial, e terá como presidente do
coletivo de juízes Sílvia Pires.Em 01 de
agosto, o juiz de instrução criminal Carlos Delca pronunciou (decidiu
levar a julgamento) todos os arguidos nos exatos termos da acusação do
Ministério Público (MP), deduzida pela procuradora Cândida Vilar, depois
de vários arguidos requererem abertura de instrução, fase facultativa
que visa decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento.Na
decisão instrutória, este juiz determinou que todos os arguidos que se
mantinham em prisão preventiva passassem para prisão domiciliária
(OPHVE), exceto o líder da claque Juventude Leonina, ‘Mustafá’, que
continua em prisão preventiva.Com
Obrigação de Permanência na Habitação, com Vigilância Eletrónica
(OPHVE), permanecem 36 dos 44 arguidos, depois de Elton Camará ter
cortado a pulseira eletrónica, o que levou um juiz a ordenar a prisão
preventiva deste arguido.Bruno de
Carvalho, que até esse dia estava sujeito à medida de coação de
apresentações diárias às autoridades e ao pagamento de uma caução de
70.000 euros, passou a estar obrigado a apresentar-se quinzenalmente.A
acusação do Ministério Público (MP), assinada pela procuradora Cândida
Vilar, conta que, em 15 de maio de 2018, a equipa de futebol do Sporting
foi atacada na academia do clube, em Alcochete, distrito de Setúbal,
por elementos do grupo organizado de adeptos da claque Juventude Leonina
e do subgrupo Casuais (Casuals), que agrediram técnicos, jogadores e
‘staff’.Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno
Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como
autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à
integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes
(97 crimes) classificados como terrorismo.Os
três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida
agravado e Mustafá também por um crime de tráfico de estupefacientes.Aos
arguidos que participaram diretamente no ataque à academia, o MP
imputa-lhes a coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de
ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro,
todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo. Estes
41 arguidos vão responder ainda por dois crimes de dano com violência,
por um crime de detenção de arma proibida agravado e por um crime de
introdução em lugar vedado ao público.Para
a procuradora Cândida Vilar, que viu a acusação do MP confirmada pelo
juiz de instrução criminal Carlos Delca, o então presidente do clube,
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto estavam a par do plano e
"nada fizeram" para impedir o ataque."Bruno
Jacinto, Bruno de Carvalho e Nuno Mendes [Mustafá] conheciam o plano
delineado pelos restantes primeiros 41 arguidos e determinaram-nos à
prática dos crimes de ameaça, ofensa à integridade física e sequestro",
lê-se na acusação.