O
juiz Francisco Henriques manteve as datas de 14 e 15 de junho, pelo que
o julgamento deverá iniciar-se na próxima segunda-feira.O
adiamento do julgamento do ex-banqueiro, por crimes de abuso de
confiança, em processo separado da Operação Marquês, já era uma
possibilidade prevista, devido ao prazo para a defesa apresentar a
contestação.Apesar de ter decidido adiar o
julgamento, o juiz considerou que o mesmo deveria ter começado hoje,
justificando que a resposta à contestação da defesa de Salgado poderia
ser analisada no decurso das sessões e entendendo que não há motivo para
que o julgamento não se realize o mais rapidamente possível, porque o
processo não é de grande complexidade e o arguido só terá de estar
presente se pretender prestar declarações.Face
à decisão de adiamento, o presidente do coletivo de juízes manteve as
datas previamente agendadas de 14 e 15 de junho para ouvir as
testemunhas de acusação já indicadas, acrescentando que oportunamente
será marcada "nova ordem de trabalhos relativamente aos meios de prova
que não puderam ser produzidos nas sessões de hoje e terça-feira que
ficaram sem efeito".Francisco Henriques
reconheceu que tinha urgência em realizar este julgamento devido à
agenda sobrecarregada que tem a partir de setembro, tendo a defesa
negado que estivesse a tentar atrasar o mesmo, mas alertando para a
necessidade de a contestação da acusação, que tem 150 páginas, ser
devidamente ponderada e analisada antes do início dos trabalhos.O
advogado de defesa Francisco Proença de Carvalho sugeriu ao juiz
presidente que será seguro começar o julgamento só em julho. Face
a esta posição, o juiz anunciou que vai esperar pela contestação da
defesa de Salgado e analisará depois, na próxima semana, se podem ser
agendadas mais sessões.O coletivo de
juízes tinha validado a sua competência territorial para julgar o caso e
tinha agendado audiências para hoje, par terça-feira e para 14 e 15 de
junho (já com alegações finais), naquilo que seria um julgamento célere,
mas o facto de ainda não ter terminado o prazo para a defesa contestar a
acusação poderá obrigar o tribunal a adiar o início do julgamento.Fontes
ligadas ao processo tinham dito à Lusa que, uma vez que o prazo para
apresentar contestação ainda não terminou, "o julgamento não poderá
começar sem a contestação ser apresentada" e analisada pelo tribunal.O
antigo presidente do BES foi pronunciado pelo juiz de instrução da
Operação Marquês, Ivo Rosa, por três crimes de abuso de confiança, em
processo conexo e separado da Operação Marquês.