Julgamento da morte do triatleta Luís Grilo começa hoje em Loures
10 de set. de 2019, 08:41
— Lusa/AO Online
O MP pediu na acusação que os arguidos sejam
julgados por um tribunal de júri (além de três juízes, foram
escolhidos/nomeados quatro cidadãos), que irá decidir se os arguidos são
culpados e quais as penas a aplicar.Ricardo
Serrano Vieira, advogado de António Joaquim, já referiu à agência Lusa
que o seu constituinte vai falar em julgamento, enquanto a advogada
Tânia Reis não revelou se a sua cliente irá prestar declarações.O
MP atribui a António Joaquim a autoria do disparo sobre Luís Grilo, na
presença de Rosa Grilo, no momento em que o triatleta dormia no quarto
de hóspedes na casa do casal, na localidade de Cachoeiras, Vila Franca
de Xira (distrito de Lisboa).O crime terá
sido cometido para poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos
bens da vítima - 500.000 euros em indemnizações de vários seguros e
outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís
Grilo, além da habitação.O despacho de
acusação do MP, divulgado pela Lusa em 26 de março, conta que em 15 de
julho de 2018 os dois arguidos, de 43 anos, após trocarem 22 mensagens
escritas em três minutos, “combinando os últimos detalhes relativo ao
plano por ambos delineado para tirar a vida de Luís Grilo”, acordaram
desligar os respetivos telemóveis.Numa
hora não apurada, mas entre essa noite e a manhã do dia seguinte, “em
execução do plano comum que já haviam acordado há pelo menos sete
semanas”, António Joaquim, dirigiu-se à casa onde residiam Luís Grilo e
Rosa Grilo, com uma arma de fogo municiada.A
acusação relata que o arguido entrou na residência “com o conhecimento”
da arguida e que ambos se dirigiram ao quarto de hóspedes, localizado
no primeiro andar, onde Luís Grilo a dormir.No
dia após a morte do triatleta, António Joaquim começou a frequentar a
casa de Rosa Grilo, “não obstante estarem em curso diligências tendentes
à localização do paradeiro de Luís Grilo por familiares, amigos e
autoridades policiais”, segundo a acusação.O
corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de
decomposição, mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160
quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito
de Portalegre.Na acusação, o MP pede que
seja aplicada a Rosa Grilo a pena acessória da declaração de indignidade
sucessória (sem direito a herança) e a António Joaquim (oficial de
justiça) a pena acessória de suspensão de exercício de funções públicas.O
MP, em representação do filho menor de Rosa Grilo e do triatleta,
apresentou um pedido de indemnização civil de 100 mil euros contra os
arguidos.O início do julgamento está marcado para as 09:15 e terá Ana Clara Baptista como presidente do coletivo de juízes.