Judoca Patrícia Sampaio diz ser cedo para considerar ano de afirmação
5 de abr. de 2023, 09:43
— Lusa/AO Online
“Acho que, finalmente,
por estar a ter este período sem lesões e a sentir-me bem fisicamente,
tem sido muito bom, tenho conseguido aproveitar e mostrar realmente
aquilo que valho”, disse à agência Lusa a judoca de Tomar.O
atual momento da judoca da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais junta
todos os ingredientes que a deixam feliz, com uma sucessão de subidas ao
pódio desde o arranque do circuito deste ano da Federação
Internacional.Patrícia Sampaio de 23
anos, iniciou o ano com a vitória no Grand Prix de Portugal, e, depois
de ser quinta no conceituado Grand Slam de Paris, foi buscar,
sucessivamente, três medalhas de bronze aos Grand Slam de Telavive,
Tashkent e Antália.“Está a ser um período
em que estou a ter a oportunidade de mostrar o meu trabalho. Sempre
trabalhei muito, mas nunca tive muito a oportunidade de me mostrar,
porque acabo sempre por estar lesionada”, lembrou.Os
últimos anos não foram fáceis para a judoca, primeiro com fratura numa
perna em 2020, no Grand Slam de Budapeste, depois uma rotura muscular,
nos Europeus de Lisboa em 2021, e, no ano seguinte, o deslocamento de um
ombro nos Europeus de Sófia.Situações que
“atrapalharam” o processo de afirmação da judoca de -78 kg, que desde
cedo foi referenciada como uma das mais importantes promessas da
modalidade, quando chegou a liderar o ‘ranking’ mundial de juniores.Os
bons resultados deste ano, aliados à boa condição física, têm permitido
a Patrícia Sampaio ganhar novas ‘asas’, mas a judoca trava o otimismo e
considera que ainda não sente ser uma afirmação, por precisar de mais e
em outras competições.“Foram três meses
muito bons, mas foram só três meses. Não sei se diria afirmação, há
muita coisa a passar-se, ainda faltam as provas mais importantes, ainda
não fiz o Europeu, não fiz o Mundial, não fiz o Masters, tenho feito
provas fortes, provas do circuito que às vezes têm pessoas fortes, mas
nem sempre as muito fortes juntas”, lembrou.Um
cenário que não a impede de traçar objetivos, com ambição, nomeadamente
nos campeonatos da Europa e do Mundo, este ano com o calendário
invertido, os primeiros de 03 a 05 de novembro, em Montpellier, e os
segundos de 07 a 13 de maio, em Doha.“Os
meus objetivos para este ano passam por ter uma medalha no campeonato da
Europa, que temos no segundo semestre. Chegar ao top 10 mundial - neste
momento estou em 11.º - e lutar por uma medalha no Mundial. São
objetivos que tenho a noção que consigo”, disse.Na
classificação mundial, a medalha de bronze alcançada no domingo em
Antália permitiu à judoca subir até ao 11.º lugar, mas no apuramento
olímpico, quando as provas ainda contam apenas a 50%, a judoca já é
sexta - quinta, excluindo o país anfitrião.Patrícia
Sampaio é a judoca portuguesa atualmente mais bem classificada na
corrida aos Jogos Olímpicos de Paris2024, competição em que procura
estar pela segunda vez, depois de ter competido em Tóquio.Na
capital japonesa, foi derrotada no seu segundo combate, então pela
campeã mundial em título, a alemã Anna Maria Wagner, a quem conseguiu
este ano vencer por três vezes consecutivas, em Telavive, Tashkent e
Antália. “Enfrentei-a em três competições
seguidas e ganhei em todas de uma maneira diferente. Estou a ter bons
indicadores nestas competições, mas, lá está, nos Europeus vão estar as
mais fortes da minha categoria, tirando a japonesa e a brasileira, as
mais fortes são europeias. Então, essas são as que vou defrontar, por
isso não posso dizer já que é a minha afirmação, tenho pessoas muito
fortes ainda para defrontar e que podem aparecer no meu sorteio em
outras competições”, concluiu a judoca, que cumpre até quinta-feira na
Turquia um estágio, ainda a um mês da próxima prova, os Mundiais em
Doha.