JS alerta para dificuldades dos estudantes deslocados nas ligações aéreas aos Açores
6 de dez. de 2024, 17:20
— Lusa/AO Online
"Estamos a assistir a uma
situação profundamente preocupante. Muitos dos cerca de 5.000
estudantes açorianos deslocados no continente, que já enfrentam enormes
desafios ao viver longe de casa, veem agora o seu direito ao regresso
comprometido devido a custos astronómicos e à falta de lugares nos
voos", denuncia o presidente da JS/Açores, Russell Sousa.Segundo
uma nota de imprensa do PS/Açores, as passagens para voos entre a ilha
Terceira e Lisboa chegam a rondar os 900 euros, valores "absolutamente
incomportáveis para a grande maioria das famílias açorianas", que "não
têm capacidade financeira para adiantar estas quantias e esperar pelo
reembolso previsto no Subsídio Social de Mobilidade"."O
impacto desta realidade é particularmente grave para os estudantes,
que, além das dificuldades financeiras, enfrentam também a incerteza
sobre se poderão passar o Natal junto das suas famílias devido à falta
de voos", aponta.Para a JS/Açores, a
situação reflete "uma falta de planeamento e de respostas adequadas por
parte do Governo Regional", de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que não prepara
"medidas eficazes" para as épocas de maior fluxo, como o Natal. "Os
jovens são o futuro dos Açores e as políticas de mobilidade devem
assegurar que nenhum deles tenha de abdicar de estar com a sua família
por razões económicas. O Governo Regional não pode continuar a falhar na
preparação para estas alturas de grande procura. É urgente encarar esta
questão com a seriedade que ela exige, de forma a proteger o direito à
mobilidade de todos os açorianos", refere Russell Sousa, citado na nota.Nos
Açores, até ao final de setembro, o subsídio permitia aos residentes no
arquipélago deslocarem-se para o continente com uma tarifa aérea máxima
de 134 euros (ida e volta) independentemente do valor de venda. Era
apenas necessário adquirir inicialmente a passagem pelo preço de venda
e, depois de efetuada a viagem, todo o valor acima desta meta de 134
euros era ressarcido a título de reembolso pelo Estado. Com
a alteração recentemente introduzida, se o preço de venda da viagem for
superior a 600 euros, já será o passageiro a suportar o valor acima
desse teto, além dos 134 euros. Mantém-se a necessidade de pagar a
totalidade da viagem no ato de compra.Para
os estudantes açorianos deslocados, o teto é de 99 euros, ou seja, o
subsídio corresponde à diferença entre o custo do bilhete e o máximo de
99 euros por viagem de ida e volta.