JPP/Açores contra solução da estrutura modular no hospital de Ponta Delgada
24 de ago. de 2024, 10:38
— Lusa
Carlos
Furtado considera que esta “foi uma péssima opção deste Governo
Regional, em vez de, no imediato, proceder à recuperação” da estrutura
atingida.“O edifício apenas sofreu um
incêndio, não foi bombardeado. A estrutura física que existe apenas
tinha que ser recuperada”, afirmou o ex-líder do Chega/Açores e antigo
deputado no parlamento dos Açores, numa conferência de imprensa na
periferia do HDES.Segundo Carlos Furtado,
“já se percebeu que não vai existir” a concretização da promessa de, em
agosto, arrancar a urgência na estrutura modular - “já se está há mais
de 100 dias” sem este serviço na ilha de São Miguel, “no modelo que
existia até à data do incêndio”.O JPP, sem
representação parlamentar na região, entende que “houve desmazelo por
parte da tutela” e diz ter “relatos de que ainda não estão realizadas as
limpezas da estrutura que foi alvo do incêndio”.O
atual modelo em vigor “não é bom quer para os pacientes ou para os
profissionais de saúde”, disse o dirigente, condenando “a pressa em
adquirir uma estrutura modular que vai custar 17 milhões de euros, o que
representa um custo por metro quadro superior a 3.400 euros”, quando o
hospital privado da CUF, no concelho da Lagoa, com cerca de três anos,
“teve um custo por metro quadrado de 3.300 euros”.Os
17 milhões de euros, sublinhou Carlos Furtado, “dariam para resolver
inúmeros problemas de saúde não só em São Miguel, mas em todo o
arquipélago”.“Se o JPP tivesse
representação na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, seguramente
promoveria uma comissão parlamentar de inquérito a todo esse processo
do pós-incêndio no HDES”, afirmou, considerando, por outro lado, que
“não se pode falar de uma estrutura obsoleta num hospital que tem menos
de 30 anos de uso”, quando há no país e na Europa “hospitais com 70 ou
80 anos ao serviço das populações, obviamente com algumas obras e
adaptações”.Em 17 de julho, o Governo
Regional indicou que o hospital modular que está a ser construído
estaria operacional em agosto, sendo uma estrutura que permite melhorar a
acessibilidade aos cuidados de saúde e servir de retaguarda.O serviço de urgência será a primeira valência a abrir, informou, na altura, o executivo.A
estrutura está a ser instalada no perímetro do Hospital do Divino
Espírito Santo, a maior unidade de saúde dos Açores, afetada por um
incêndio em 04 de maio, com prejuízos estimados em 24 milhões de euros.O
incêndio obrigou à transferência de todos os doentes que estavam
internados para vários locais dos Açores, da Madeira e do continente. A
reabertura dos serviços tem sido feita de forma progressiva.