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José Sócrates "prepara-se para vestir o fato de Robin dos Bosques"
Jerónimo de Sousa criticou hoje José Sócrates por só agora - depois de rejeitar a proposta do PCP de tributação das grandes fortunas e quando o país já está numa “regressão acentuada” - se mostrar disponível para “tirar aos ricos para dar aos pobres”.

Autor: Lusa / AO online

A afirmação verificou-se no comício realizado hoje em Lourosa, concelho de Santa Maria da Feira, onde o secretário-geral do PCP comentou a queda de 2 por cento que a economia nacional registou no último trimestre de 2008 face aos três meses anteriores.

Nos outros países da Zona Euro, o recuo no Produto Interno Bruto foi de apenas 1,5 por cento e só a Alemanha registou uma queda superior à portuguesa, atingindo os 2,1 por cento.

Para Jerónimo de Sousa, esses dados, revelados sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, mostram que, “após anos de crescimento mirrado”, o desenvolvimento económico do país, em 2008, “foi nulo”.

Isso faz de Portugal “um dos países mais penalizados por toda a crise” e, a nível interno, implica que “o plano macroeconómico [do Governo] para 2009 já está posto em causa”.

“Enquanto a crise avançava”, explica o líder do PCP, “o Governo andou a anunciar com prosápia desmedida a sua visão de um país de sucesso, escondendo os resultados reais de quatro anos de governação”.

Agora, que “até o troféu do abaixamento de deficit já perdeu”, “José Sócrates prepara-se para vestir o fato de Robin dos Bosque - anunciou que vai tirar aos ricos para dar aos pobres”.

Para o líder dos comunistas, “é pena [o primeiro-Ministro] só se ter lembrado disso agora”.

“Andou a aumentar os impostos aos reformados, aumentou o IVA, pediu tudo aos trabalhadores e, agora, no final do mandato, vem anunciar que, se o PS ganhar as eleições, o governo, lá para 2010, vai tirar aos ricos para dar à classe média - o mesmo governo que rejeitou a proposta do PCP de tributação das grandes fortunas”, continua.

Apontando o presidente do Grupo Amorim - que tem sede em Santa Maria da Feira e avançou com o despedimento de 193 trabalhadores - como detentor da principal dessas fortunas, Jerónimo de Sousa referiu-se depois à situação específica do distrito de Aveiro.

Lembrou que o actual ministro da Economia, Manuel Pinho, se propusera “erradicar a pobreza do distrito de Aveiro” e acrescentou: “Estamos todos a ver no que isso deu. O distrito tem hoje mais de 40 mil desempregados e perto de 100 mil trabalhadores em regime de precariedade”.

Para o líder comunista, importa agora, primeiro, “reconhecer o erro” e, depois, avançar para medidas concretas, ente as quais: a ajuda imediata às micro, pequenas e médias empresas; a redução dos preços de energia, telecomunicações e portagens; e a adopção de acordos para pagamento de dívidas ao fisco e à Segurança Social.