Autor: Paulo Faustino
O candidato que integra a lista do Chega pelos Açores às eleições europeias do próximo dia 9 de junho assume como missão defender os pescadores açorianos em Bruxelas, declarando que o aumento das quotas de pesca é o principal desafio com que se irá debater no caso de ser eleito eurodeputado.
Falando anteontem no porto de pescas de Vila Franca do Campo, onde ouviu várias denúncias de pescadores, José Pacheco complementou as denúncias dos homens do mar. “Estamos a ser roubados no nosso mar, todo o atum que estamos impedidos de apanhar – devido às más negociações que Portugal sempre fez das quotas do atum – está a ser apanhado pelos espanhóis, pelos chineses e por pescadores de outras nacionalidades”, salientou, citado em nota de imprensa.
José Pacheco não tem dúvidas que “os pescadores espanhóis estão a entrar nos nossos limites” e que “há défice de fiscalização”. Neste caso, o candidato ressalva que não são as autoridades quem devem ser responsabilizadas por esta falta de fiscalização, “mas sim o sistema, que não dá meios às autoridades e aos pescadores para conseguirem sobreviver”.
Se for eleito deputado ao Parlamento Europeu, Pacheco garante que a primeira medida a tomar será diligenciar o aumento das quotas de pesca para os Açores de modo a que os pescadores mantenham a sua atividade.
Depois, pretende reivindicar uma efetiva fiscalização da zona marítima da Região. Na verdade, como faz notar, “tem de haver fiscalização, porque se tivemos a denúncia que os espanhóis estão a entrar em zonas onde não podem pescar, é porque algo não está a funcionar e precisamos de mais meios. Não podemos exigir tudo aos pescadores açorianos e aos outros não se exige nada”, frisou.
Outra medida alvo da sua reivindicação em Bruxelas é que as ajudas comunitárias “venham com rigor para as mãos das pessoas certas” para que os pescadores açorianos possam usufruir de apoios comuns de toda a Europa para melhorar a sua atividade.
Quanto
ao aumento de reservas marinhas que o Governo Regional pretende
implementar na Região, José Pacheco deixa claro que os pescadores não
podem ser excluídos destas zonas protegidas. “Por exemplo, ainda hoje
tivemos denúncias que a petinga já não se pode apanhar em São Miguel
porque está numa zona de reserva. Um local onde historicamente sempre se
apanhou petinga. Eu sou a favor de reservas, mas não posso concordar
com isso. Precisamos de criar um equilíbrio entre o meio ambiente e os
pescadores e nunca acabar com a pesca a favor do meio ambiente”, vincou.