José Abraão quer renovar a UGT e aproximá-la dos trabalhadores
11 de nov. de 2021, 15:36
— Lusa/AO Online
O
secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração
Pública (SINTAP) e da Federação dos Sindicatos da Administração Pública
(FESAP), José Abraão, que no sábado disputa com Mário Mourão a liderança
da tendência sindical socialista (TSS) da UGT, garantiu à agência Lusa
que a sua disponibilidade é total para assumir a liderança da central
sindical e trabalhar para reforçar o seu papel na sociedade.O
presidente da TSS eleito no congresso de sábado será, por inerência, o
candidato a secretário-geral da UGT, que será eleito no XIV congresso da
central sindical, previsto para abril de 2022, sucedendo então a Carlos
Silva."A minha disponibilidade é total, é
uma das minhas mais-valias, assim como a experiência ao nível da
negociação coletiva", disse Abraão em entrevista à Lusa.Se
for eleito, como espera, o sindicalista deixará a liderança do SINTAP e
da FESAP para se dedicar em exclusivo à UGT porque acredita que só
assim poderá "contribuir para valorizar o projeto" sindical e
aprofundar a ligação da central aos trabalhadores."Quanto
mais perto dos trabalhadores estivermos, melhor é para travar novos
movimentos inorgânicos que surgem e não são muito desejáveis nem úteis",
defendeu.A aproximação aos trabalhadores é também, segundo o sindicalista, fundamental para o reforço dos sindicatos."É
também essencial para o futuro do movimento sindical a proximidade dos
locais de trabalho, mesmo com a aceleração da digitalização e do
teletrabalho, a proximidade continua a ser um elemento determinante,
decisivo, seja no contexto da UGT, seja no contexto da TSS", considerou
José Abraão.Outra das suas apostas para a
UGT é a sua renovação e rejuvenescimento, nomeadamente motivando os
jovens e as mulheres a participarem mais nas estruturas sindicais, de
forma a poderem substituir os atuais dirigentes quando estes deixarem o
sindicalismo, garantindo o reforço dos sindicatos e o papel da
negociação coletiva e do diálogo social."Acredito
que este projeto sindical é insubstituível e imprescindível, no nosso
país e na Europa, mas só terá condições para continuar se nós nos
mobilizarmos melhor, se melhorarmos e valorizarmos a nossa democracia
interna", disse José Abraão, defendendo que o projeto da UGT pode e deve
ser reforçado para contribuir para uma sociedade mais justa.O
sindicalista manifestou ainda o desejo de "contribuir para uma grande
unidade no espaço que é a UGT, plural e democrático", e disse ter "um
enorme orgulho em estar incluído neste projeto há muitos anos".Como
líder da UGT quer também contribuir para melhorar as condições de vida e
de trabalho dos portugueses, nomeadamente ajudar no combate à pobreza e
à exclusão social, assim como à precariedade laboral."Eu
nunca fui um sindicalista de secretária, sou um sindicalista do
terreno, de plenários, de estar próximo das pessoas", disse,
acrescentando que uma das suas prioridades "é estar ao serviço da UGT e
dos trabalhadores, a tempo inteiro".José
Abraão lembrou que foi um dos fundadores da UGT e de um dos seus
sindicatos fundadores e que sempre colaborou com o seu projeto sindical e
na promoção do diálogo social.Iniciou-se
no sindicalismo numa federação da área dos escritórios, da zona norte,
tendo então negociado muitos contratos coletivos de trabalho de vários
setores.Atualmente, José Abraão dedica
entre 14 e 16 horas por dia ao trabalho sindical e pretende continuar a
fazê-lo na liderança da UGT, se for eleito pelos sindicalistas
socialistas da central.O sindicalista tem
também novas ideias para a liderança da TSS, considerando "importante
valorizar o debate construtivo" no seu seio, reativar a atividade na
tendência sindical, que "tem de ser representativo do projeto sindical"
da UGT.José Abraão disse que decidiu
candidatar-se à liderança da TSS e da UGT há cerca de ano e meio quando o
atual secretário-geral, Carlos Silva, anunciou que não se
recandidataria ao cargo, e a dada altura foi o próprio Carlos Silva que o
incentivou e motivou a candidatar-se.