Jornalistas vão poder assistir à instrução do ataque à Academia de Alcochete
Sporting
9 de mai. de 2019, 17:53
— Lusa/AO Online
A informação foi dada esta quinta-feira à
agência Lusa pelo TIC do Barreiro e por advogados do processo, havendo
14 lugares reservados para a comunicação social, a partir de
segunda-feira, dia em que começa a fase de instrução com o
interrogatório de quatro dos 44 arguidos.O
processo pertence ao TIC do Barreiro, mas, por razões de logística e de
instalações, a instrução, fase facultativa em que o juiz de instrução
criminal Carlos Delca decide se o processo segue e em que moldes para
julgamento, vai decorrer na nova sala do edifício A do Campus da
Justiça, no Parque das Nações, em Lisboa.Ao
contrário do que vai acontecer na fase de instrução deste processo, por
norma, as audiências de instrução decorrem à porta fechada, exceto as
sessões de debate instrutório - no qual o Ministério Público e as
defesas dos arguidos expõem os argumentos para levar ou não os arguidos a
julgamento – e da leitura da decisão instrutória, que são públicas.Outras
fontes judiciais disseram hoje à Lusa que o arguido Celso Cordeiro
passou de prisão preventiva para prisão domiciliária, mantendo-se 37 dos
arguidos em prisão preventiva.A fase de
instrução, requerida por mais de uma dezena de arguidos, entre eles o
ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o antigo oficial de
ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto, começa após um adiamento
devido a dois pedidos de afastamento de Carlos Delca apresentados por
dois arguidos, mas ambos indeferidos pelo Tribunal da Relação de Lisboa.Bruno de Carvalho será ouvido a partir das 14 horas (menos uma nos Açores) de terça-feira.Os
primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a
técnicos, futebolistas e outros elementos da equipa 'leonina', ocorrida
em 15 de maio do ano passado, ficaram todos sujeitos à medida de coação
de prisão preventiva em 21 de maio.Em 15
de novembro, exatamente seis meses após o ataque à academia, a
procuradora Cândida Vilar (que será a procuradora do Ministério Público
na fase de instrução), do Departamento de Investigação e Ação Penal
(DIAP) de Lisboa, deduziu acusação contra 44 arguidos, incluindo Bruno
de Carvalho e 'Mustafá', líder da claque Juventude Leonina.Dos
44 arguidos do processo, 37 mantêm-se sujeitos à medida de coação mais
gravosa: a prisão preventiva. Dos restantes sete arguidos, seis estão em
liberdade, incluindo Bruno de Carvalho e Mustafá, que estão ambos
obrigados a apresentações diárias às autoridades, enquanto Celso
Cordeiro terá passado de prisão preventiva para domiciliária.O
antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto está entre
os arguidos presos preventivamente, sendo acusado da autoria moral do
ataque, tal como Bruno de Carvalho e 'Mustafá'.Aos
arguidos que participaram diretamente no ataque, o MP imputa-lhes a
coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38
crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de
detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao
público.Bruno de Carvalho, 'Mustafá' e
Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de
ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de
sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são
classificados como terrorismo, não quantificados. O líder da claque
Juventude Leonina está também acusado de um crime de tráfico de droga.