Jorge Rita alerta para "exigências brutais" da União Europeia
6 de dez. de 2022, 17:12
— Lusa/AO online
“Não
podemos ter o cãozinho e não ter as pulgas. Temos o dinheiro da Europa,
temos de ter as pulguinhas precisamente para as irmos matando aos
poucos que são as exigências brutais da União Europeia a todos os
níveis”, afirmou Jorge Rita.O dirigente
associativo, que é também vice-presidente da Confederação dos
Agricultores de Portugal (CAP) falava no 30º aniversário da Federação
Agrícola dos Açores, na Associação Agrícola da Ilha de São Miguel, em
Santana, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel."Falamos
todos da Europa. Queremos as verbas e os apoios da Europa, que são
justos e até deviam ser maiores. O problema é nós cumprimos ou querermos
cumprir com as regras da Europa", sustentou Jorge Rita, que preside
também à Associação Agrícola da ilha de São Miguel.O
responsável sublinhou a importância económica da agricultura nos
Açores, um setor que contribui ainda para a manutenção do emprego,
fixação de população nos meios rurais e potencia "a paisagem
extraordinária" do arquipélago açoriano."Ainda
bem que na região o peso da agricultura é brutal comparativamente ao
continente e outros países da União Europeia. Um setor vital na economia
regional, porque o que se está a assistir a nível nacional, e do meu
ponto de vista erradamente, é ao desmantelamento do Ministério da
Agricultura", apontou Jorge Rita.Destacando
a importância da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), o
presidente da Federação Agrícola dos Açores considerou ainda que o
"desmantelamento do ministério da Agricultura é praticamente
desacreditar a própria agricultura" do país, que tem "uma capacidade
exportadora excelente" e produtos de "extraordinária qualidade" "Nos
Açores, essa situação é inversa e ainda bem, até porque a pandemia veio
realçar ainda mais a importância do setor agrícola na região",
assinalou Jorge Rita, para quem a "robustez também se faz com os apoios,
com estratégias bem feitas" em matéria das produções de leite, carne e
as produções agrícolas da Região.O
presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, repudiou o
"desmantelamento" do ministério da Agricultura, reiterando a oposição da
Confederação dos Agricultores de Portugal à transferência de
competências de serviços regionais da agricultura para as Comissões de
Coordenação e Desenvolvimento Regional."Vivemos
um momento de grande apreensão no continente", sustentou, assinalando
que "a função do Ministério da Agricultura é fazer a defesa" conjunta do
setor de atividade económica e dos agricultores, face a uma atividade
que "é o sustento de centenas de milhares de pessoas"O
presidente do Governo dos Açores realçou o sucesso e o papel da
Federação Agrícola dos Açores desde o nascimento da organização,
frisando ser um "movimento agregador" que alcançou um "carisma".Para
José Manuel Bolieiro, chefe do executivo açoriano de coligação
PSD/CDS-PP/PPM, o movimento associativo deve ser "um verdadeiro"
parceiro social do "diálogo e da concertação".O
presidente do Governo açoriano defendeu ainda que o movimento
associativo deve ser "voz ativa" e co-autor "na formulação de decisões
das quais eles próprios são destinatários".